Choveu dinheiro em Recife. De um apartamento de uma das "Torres Gêmeas", sacolas de dinheiro voaram pela janela, mas não era Sílvio Santos e seus aviõezinhos, era dinheiro desviado, provavelmente da Hemobras. Era um corrupto tentando se livrar da prova do crime. Um dos investigados é Mozart Sales, nome forte do Governo Dilma no Ministério da Saúde. Foi candidato a Deputado Federal pelo PT em Pernambuco, colocando-se como criador do Programa Mais Médicos. Não foi eleito. Estaria na tropa de choque de defesa do governo, logicamente.
A Operação Pulso da Polícia Federal aconteceu há apenas dois dias, mas os noticiários já apontam nova operação e provavelmente novo escândalo: A Operação Vidas Secas - Sinhá Vitória, investiga superfaturamento na ordem (inicialmente) de R$ 200 milhões na Transposição do Rio São Francisco. É apenas um dos contratos.
O Brasil precisa urgentemente aprimorar as instituições de controle dos Governos, em todas as instâncias, pois o povo não aguenta mais pagar por tanta corrupção.
Órgãos como Ministério Público até tentam propor campanhas anti-corrupção para a população, mas não atingem as estruturas onde o crime acontece. Tem que ser investigação mesmo! E as punições no país são brandas, quando acontecem, acabando por fazer compensar tantos desvios. Em nível federal, na maioria das vezes, os corruptos estão na estrutura do poder, e se valem desta situação para dificultar investigações e postergar condenações.
E quando o PT argumenta que a corrupção vem do passado, tem razão, e isto é ainda pior, pois mostra que durante anos, ou décadas, estamos sendo surrupiados na surdina, em milhões e bilhões de reais (e dólares). Imaginem o tamanho do rombo, se muitas das investigações foram prejudicadas por governantes e legisladores. Grande parte do Congresso Nacional tem rabo preso, e por isto é tão difícil extirpar da vida pública quem, evidentemente, faz do seu mandato ou exercício de cargo, meios para receber dinheiros desviados de esquemas nas instituições públicas, ou de empresas privadas que pretendem contratar com o governo. O que no final dá no mesmo.
Não adianta só trocar a presidente, se o sistema continuar podre em sua estrutura corrupta. Imaginava-se que o PT seria capaz de combater, mas pela participação de seus dirigentes, percebe-se que também tem sido incapaz, em parte, corrompendo-se para manter o poder.
É verdade que o Brasil está investigando mais, mas parece ser ainda por amostragem. E o PT, por sua história, não poderia ter tanta gente envolvida, e grandes lideranças.
Precisamos rediscutir o país, em sua forma de gerir o dinheiro público. E isto é mais importante que escolher um presidente.
