sábado, 16 de janeiro de 2016

PT de Pernambuco aguarda posicionamento do PSB. PCdoB tem posição estratégica em Recife e Olinda



O Ministro da Defesa, Aldo Rebelo, esteve em Pernambuco (inclusive em Garanhuns) esta semana, e saiu pela tangente na questão política. Um dos principais nomes do PCdoB, que tem a presidência nacional da pernambucana Luciana Santos, o ministro reforçou as aproximações que tem com o PT e com o PSB.

O PCdoB espera o apoio petista em Olinda, onde governa com Renildo Calheiros e tem a opção da ex-prefeita Luciana. O PT se coloca na disputa com a deputada Teresa Leitão como pré-candidata. 

O PCdoB é voz ativa na defesa do Governo Dilma, que será tratado com prioridade nas eleições deste ano. É a chance de reforçar a base de partidos e congressistas aliados. Mexer com o PCdoB em seu principal reduto no estado, não é boa sacada para o partido da estrela vermelha, pois Luciana, além, de presidente nacional do PCdoB, é também muito querida por Dilma, e por pouco não virou ministra. Na verdade, preferiu a presidência do partido comunista. Olinda é a base de Luciana, deputada federal, e o PT sabe disso, pois não fez nenhum deputado federal e ainda perdeu cadeiras importantes na assembleia.

Pra completar a bronca. O irmão de Eduardo Campos, Antônio (PSB), faz campanha abertamente (e forte) para prefeito na Cidade Patrimônio da Humanidade.

E Recife?

Enquanto PT e PCdoB podem duelar em Olinda, no Recife a coisa também está estranha. O vice-prefeito da capital é Luciano Siqueira (PCdoB). A cidade é governada por Geraldo Júlio (PSB), que lidera a campanha por sua reeleição. Seu principal opositor é João Paulo, do PT. Por fina ironia, Luciano Siqueira também foi vice de JP, por oito anos. E aí?

Aliado do PT e do PSB, o PCdoB está então em situação estratégica. Nas aulas de matemática seria a interseção.

Mas a conjuntura nacional também pode moldar a eleição na capital, pois o terceiro nome mais forte na corrida eleitoral é Daniel Coelho, PSDB, que não sabe ainda se terá a legenda para a disputa.

O PSB, no segundo turno, tem o apoio do terceiro colocado, pois é impossível Daniel Coelho apoiar João Paulo, e vice-versa.

Porém, uma declaração de João Paulo, deixou dúvidas no ar. Ele elogia Paulo Câmara e diz que quadro não está definido, podendo pensar em possibilidades: "“O governador Paulo Câmara (PSB) está sendo muito hábil na relação com a presidente Dilma e o governo federal”, diz o petista. Aí ele volta a falar em “todas as possibilidades” para este ano e diz: o quadro para as eleições está indefinido."

A única possibilidade que existe, ao menos na análise deste blogueiro, é atrelar as campanhas do PSB ao apoio do Governo Federal, ao qual o PSB faz críticas, e em alguns setores defende inclusive o impeachment. Entretanto, governadores e prefeitos, com os cofres vazios, preferem não se expor e, alguns, até defendem o apoio ao governo.

Ou seja, traduzindo, por apoio a Dilma, o PT de Pernambuco topa abrir mão das candidaturas de Recife e Olinda. Será isso?

A verdade é que o PT está fragilizado no estado, mas em política ninguém nunca está morto, e o Partido de Lula ainda tem lenha pra queimar.

E o PCdoB, no meio da confusão é aliado lá e cá, com ministério em Brasília e secretaria em Pernambuco. Além, de estar no governo nas duas cidades.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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