foto: CDL Garanhuns |
Precisamos discutir o desenvolvimento econômico de Garanhuns. O governo municipal fez um trabalho aprovado pela maioria da população na primeira gestão do prefeito Izaías Régis, mas perdeu o rumo depois da reeleição. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico tinha alguns projetos, dentre eles, a CIELA, que consistia em criar uma espécie de distrito industrial de pequeno porte, ofertando terrenos a quem quisesse gerar empregos em Garanhuns. A ideia era interessante, mas acabou se perdendo no tempo e no espaço, e ninguém acompanha mais como está aquilo lá.
Desde a saída inexplicada de Geandré Nogueira, Izaías se distanciou da CDL, chegando a tratar de forma ríspida em entrevistas. O projeto apresentado para o centro da cidade nunca saiu do papel, era uma das mais importantes promessas, o que daria um novo status ao comércio, principal polo econômico do Agreste Meridional. É notória a dificuldade de comerciantes no entorno da Av. Santo Antônio. Ruas como Dom José e Dr. José Mariano têm grande rotatividade de lojas que abrem, passam alguns meses, e fecham, até outro comerciante fazer o mesmo roteiro naquele ponto. Ah! Até os motoristas de vans de mais de 40 municípios da região vivem cobrando melhor tratamento do Governo Municipal, eles que trazem diariamente milhares de pessoas para utilizarem nossos serviços, principalmente nas áreas de educação e saúde, e claro, para o comércio.
Conta contra Garanhuns também a forma que o prefeito trata o governo do estado, sempre com críticas de quem faz oposição e não busca parcerias. O que está sendo feito neste sentido tem sido pela procura do estado que veio à prefeitura, como o IML Vivos, a Polícia Científica e a Escola Técnica, que aliás, não recebeu da prefeitura o terreno solicitado, conforme as necessidades.
Quanto aos investimentos em obras do Governo Federal em Garanhuns, é outro problema. O relatório da CGU - Controladoria Geral da União - apontou diversas falhas na execução dos projetos e gastos do dinheiro repassado pela União. Houve uma espécie de auditoria na prefeitura e pode gerar inclusive bronca futura. Nesta questão, entra a CEAGA, obra de reforma que não termina nunca e tem maltratado economicamente os feirantes, que viram o movimento despencar. É a economia rural, gente que precisa da maior feira de Garanhuns para sustentar as famílias, e não têm outras alternativas.
Na segunda gestão o que se tem da secretaria de desenvolvimento são parcerias com Sebrae, Senac, e outras instituições de formação profissional. Não há em gestação um grande projeto de impacto que gere empregos e renda.
A prefeitura tem dois grandes investimentos; O Festival Viva Dominguinhos e A Magia do Natal. O primeiro aconteceu em abril, e mesmo sendo um sucesso de público e crítica, gerou apenas uma vaga de emprego em Garanhuns, segundo o CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho. Ou seja, gera trabalho, mão de obra autônoma e temporária, que não se sustenta já no mês seguinte. De carteira assinada, praticamente nada, embora incremente a economia turística do município. Percebe-se que mesmo os que faturam no período não ofertam mais empregos formais.
Quanto ao Natal, está no Ministério Público a investigação sobre suposto superfaturamento. O Natal é atualmente o maior projeto econômico do governo municipal, que tem demonstrado que este tipo de ação é a prioridade da gestão. Incrementa o comércio e o turismo no final do ano.
Por tudo isto, por Garanhuns, precisamos voltar a discutir o modelo de desenvolvimento econômico do município. Se vamos investir na oferta de serviços, precisamos melhorar a infraestrutura. Não podemos ter ruas esburacadas no Polo de Saúde. Precisamos melhorar tráfego de veículos e educar antes de multar. A possibilidade da multa assusta. Conheço gente que está evitando ir ao comércio. Precisamos atender melhor a clientela regional, sob o risco de passarem a comprar em outros centros comerciais. Precisamos requalificar o comércio. Um terminal de passageiros é urgente. Se é este nosso perfil econômico, o que temos feito para otimizá-lo?
Precisamos oferecer um centro de convenções com mais estrutura, para atrair mais eventos, inclusive de grande porte, e que seja permanente, com atividades o ano todo. Precisamos investir em cultura de verdade, que atenda expectativas do turista que deseja ver nossa identidade local.
Precisamos ter projetos municipais para a agricultura e a bacia leiteira. E sobre isso, vou falar no próximo post, quando desenvolveremos uma sugestão de um professor da Universidade Rural, aqui em Garanhuns, que nos enviou o questionamento.
Portanto, o que a prefeitura tem feito atualmente para gerar empregos? Com auditoria da CGU sobre repasses do governo federal, e com pouco diálogo com Governo Estadual e CDL, o momento é de provocar o debate para que se possa gerar alternativas.