terça-feira, 14 de agosto de 2018

Lideranças políticas não seguem coligações na eleição de outubro



Naturalmente quando um partido elege um prefeito imagina-se que é bom para seus correligionários, mas não para os tucanos em Pernambuco. O ex-prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), candidato a deputado estadual e seu filho Betinho Gomes (PSDB), candidato a federal, disseram à Folha de Pernambuco, que nenhum dos 20 prefeitos do partido irão apoiar candidatos a deputado federal da legenda. Segundo Inaldo Sampaio, jornalista, a questão é grave. 

Em Caruaru, por exemplo, Raquel Lyra (PSDB) vai apoiar Daniel Coelho (PPS) para federal e Priscila Krause (DEM) para estadual.

Mas a questão vai mais além, na maioria dos municípios não vai valer a "chapa fechada" das coligações de um lado ou de outro, e a questão partidária é somente um detalhe. Tem prefeito socialista aqui no Agreste votando em Sílvio Costa (Avante) e Álvaro Porto (PTB), assim como tem trabalhista com deputados da Frente Popular, e até votando em Paulo Câmara para governador.

A questão não é somente partidária, pode ser geopolítica também. Em Garanhuns, o prefeito Izaías Régis (PTB), a exemplo de Raquel Lyra, também não apostou na prata da casa. Apoia Sílvio Costa Filho (PRB) e Álvaro Porto, que retornou ao PTB para disputar a eleição.

Esta falta de fidelidade às coligações atinge todos os níveis. Não falo da fidelidade do político mudar sempre de partido ou votar contra as decisões superiores da legenda, mas a de não se juntar a seus próprios pares na hora de enfrentar as urnas, embora entenda que a coligação seja uma extensão partidária por opção, mas passadas as eleições, cada legenda contabiliza seu sucesso ou fracasso pela quantidade de eleitos dentro do seu próprio partido. O PT em Pernambuco, por exemplo, viu vários deputados do PTB se elegerem na coligação em 2014, mas ele próprio não elegeu nenhum e pagou um preço muito alto por isto.

Quanto ao PSDB, é sintomático do atual momento e pode passar pela mesma situação do PT na última eleição. Está dificultando a eleição de seus próprios quadros em garantia da unidade em torno de Armando e do projeto presidencial de Geraldo Alckmin, contudo, Armando continua afirmando o voto em Lula, pré-candidato do PT e que está do outro lado da disputa, coligado ao PSB de Paulo Câmara. Lá, Jarbas vota em Alckmin. 

Um grande exemplo é Caetés. O prefeito Armando Duarte é do PTB, primeiro partido a se unir a Geraldo Alckmin em nível nacional, e que apresenta Armando como candidato ao governo de Pernambuco, no entanto o prefeito é eleitor de Paulo Câmara e Lula. "Paulo está trazendo água para Caetés, a adutora é um sonho antigo do nosso povo e a maior obra da nossa história. Quanto a Lula, é nosso conterrâneo, e defendemos ele e sua candidatura" - disse o prefeito. Armando apoio Sílvio Costa para o senado e seu filho, também Sílvio Costa, para a Câmara Federal. "É um parceiro antigo que tem nos ajudado muito".

A gente vai falar mais sobre isso.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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