Mesmo que Lula não seja candidato, sua influência pode ser decisiva na eleição para presidente |
Atualmente as pesquisas apontam Lula (PT) com cerca de 30% das intenções de voto, Bolsonaro (PSL) na faixa dos 20%, e três candidatos orbitando nos 10%, Marina (Rede), Ciro (PDT) e Alckmin (PSDB). Nesta ordem.
Sem Lula candidato, seu apoio vai para o correligionário Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo, que pula de 2% e chega a 13%, ficando atrás apenas de Bolsonaro, que não ganha, significativamente, votos de Lula.
Alckmin tem uma coligação que lhe oferece mais tempo de TV, mais dinheiro e estruturas eleitorais em todos os estados do país. O que Alckmin tem de vantagens equivale a todos os outros somados. Além disso, sai de São Paulo, maior colégio eleitoral, e naturalmente tira votos da centro-direita de Bolsonaro.
Portanto, o segundo turno estaria entre Bolsonaro e Haddad ou Alckmin, tudo vai depender do crescimento de Alckmin. Se ele cresce bem, entrando no eleitorado de Bolsonaro, cada voto que tiver é um a menos do capitão, podendo até tirar o líder das pesquisas (sem Lula) da disputa no final de outubro. Mas se Alckmin crescer menos do que se espera e não alcançar Bolsonaro, vai brigar pela outra vaga com Haddad.
Contudo, se não está claro ainda para a grande massa eleitoral do país que Haddad é o candidato de Lula, quando isto for para a TV, Rádio e o povão tomar ciência, muito provavelmente o petista vai crescer bastante, aproximando-se de Bolsonaro (ou até passá-lo). Como o voto Lulista dificilmente vai para Bolsonaro e Alckmin, Haddad tem espaço para crescer.
Ciro e Marina têm bom discurso, mas a falta de estrutura comparada a PT e PSDB, e ainda o fato de Bolsonaro vir agradando grande parte da população, dificulta brigar de igual para igual, somente em uma campanha heroica poderia se pensar em um dos dois disputar o segundo turno. Mas política não é uma ciência exata.
Nomes como Álvaro Dias e Henrique Meirelles não têm densidade eleitoral e o Cabo Daciollo seria cômico, se não fosse trágico, ter uma opção assim em uma campanha para Presidente da República. Como disse Ciro, é o preço que se paga pela Democracia.
A campanha ainda vai começar, mas deve ser isto: Bolsonaro, Alckmin e Haddad disputam duas vagas no segundo turno, e Marina e Ciro correm por fora, tentando surpreender as principais forças políticas do país.