terça-feira, 2 de junho de 2020

OMS: "O pior ainda não chegou ao Brasil"

Diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde afirmou ontem que a transmissão da Covid-19 no país ainda é considerada fora de controle
 



O pior da pandemia ainda não chegou para o Brasil, afirmou ontem o diretor-executivo da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michael Ryan. Segundo ele, o Brasil - entre outros países da América Central e do Sul - está entre os que têm registrado os maiores aumentos diários de casos da doença, com transmissão ainda fora de controle. “Claramente a situação em alguns países sul-americanos está longe da estabilidade. Houve um crescimento rápido dos casos e os sistemas de saúde estão sob pressão”, disse Ryan. Segundo ele, o pico do contágio ainda não chegou, “e no momento não é possível prever quando chegará”.

O Brasil registrou 623 novas mortes por Covid-19 em 24 horas. O total de óbitos desde o início da pandemia no país, há pouco mais de três meses, é de 29.937. O país também registrou 12.247 novos casos confirmados. O total é de 526.447. Técnicos do Ministério da Saúde, porém, alertam que o número real de casos no Brasil tende a ser maior. Entre os motivos, estão subnotificação devido à baixa oferta de testes e ocorrência de casos suspeitos ainda em análise.

O país também já vive um processo de interiorização da epidemia, com crescimento no número de municípios com casos da doença, segundo a pasta. Dados compilados pela Universidade John Hopkins (EUA) apontam que o país é hoje o segundo em número de registros da Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, que soma quase 1,8 milhão de casos. Em número de mortes, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking, atrás de EUA, Reino Unido e Itália.

O diretor-executivo da OMS afirmou que a densidade urbana e o grande número de pessoas mais pobres na cidade são fatores que dificultam o risco da doença, mas que políticas públicas implantadas no sul da Ásia e na África conseguiram estabilizar a gravidade da doença, enquanto no Brasil e em outros países latino-americanos ela ainda cresce com velocidade progressiva e ameaça os sistemas de saúde.

“Houve respostas diferentes entre os países, e há bons exemplos de governos que adotaram abordagens científicas, enquanto em outros países vemos uma ausência ou uma fraqueza nisso. O que precisamos agora é mostrar nossa solidariedade e trabalhar com esses países para que eles consigam controlar a epidemia”, disse Ryan. Os especialistas da OMS voltaram a dizer que decisões de desconfinamento devem ser acompanhadas de um sistema para testar casos suspeitos, rastrear contatos, tratar doentes e isolar os que possam ter o coronavírus para impedir que contagiem outras pessoas. (AFP e Folhapress)

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