quinta-feira, 6 de maio de 2021

Pandemia em São Paulo: Já deu tempo para flexibilizar?

 

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante entrevista coletiva sobre a pandemia de covid-19 no Palácio dos Bandeirantes



Ter uma semana de queda na média diária de novas contaminações pelo novo coronavírus no estado de São Paulo empolgou o governador João Doria (PSDB). A redução de todos os indicadores, como anunciado na semana passada, foi comemorada pelo governo paulista e pelo Centro de Contingência como resultado direto dos 40 dias de fases vermelha e emergencial. Agora, com a flexibilização, os dados já passam a poder anunciar outro cenário.

Após algumas semanas de tendência de estabilidade, as internações por covid-19 no estado de São Paulo voltaram a crescer nos últimos três dias, revelam os dados levantados pela plataforma Infotracker, da Universidade de São Paulo, a pedido do UOL. Os matemáticos do grupo utilizam os números disponibilizados pelo governo de São Paulo.

Desde a última segunda-feira (3), a curva de internações tem registrando aumento todos os dias. O maior deles aconteceu na terça, quando 128 pessoas deram entradas nos leitos intensivos de hospitais paulistas, escrevem hoje no UOL os repórteres Leonardo Martins e Lucas Borges Teixeira.

Ontem (5), Doria levantou a possibilidade de um afrouxamento maior. Mas médicos do Centro de Contingência do Coronavírus do estado veem com reserva e contrariedade essa possibilidade. O Centro de Contingência, que aconselha o governo quanto às decisões do plano, avalia que os dados podem conter represamento (quando não há demora no registro) por conta do feriado do último dia 21 de abril e indicam mais estagnação que retrocesso.

Eles dizem entender que Doria tenha suas demandas, mas são contrários a uma reabertura maior. Na reunião de terça (4), parte do grupo pediu maior fechamento, enquanto outra parte avaliou manter: não se falou em relaxar.

"Flexibilizar jamais. Mais do que está agora, não dá. Por enquanto, o toque de recolher [até 20h] tem sido importante e a ocupação máxima [de 25%] também seria, se respeitassem. Muitos lugares não respeitam, se flexibilizar mais, aí é que não vão [respeitar] mesmo." Médico do comitê, que pediu para não ter a identidade revelada, ao UOL

Segundo a Secretaria de Saúde, o estado registrou, na semana epidemiológica terminada no último sábado (1º), uma alta de 2,5% nos novos casos diários de covid-19 em comparação à semana anterior. O índice relativo às internações estabilizou. Já o de óbitos, teve uma leve queda. Para o conselho, a tendência é mais de estagnação do que de alta, mas, diferente do que sugeriu o governador, não é o melhor momento para maiores aberturas.

"Esses indicadores dessa semana simplesmente mostram que houve uma redução na queda que estávamos apresentando. Eles indicam, para que a população entenda, que estamos ainda no enfrentamento de uma situação muito grave." João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência.

No final da tarde, o comitê se reunirá mais uma vez, para que o martelo seja batido em outra reunião amanhã (7) com outros setores do governo. A reabertura de bares não é cogitada.


UOL

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