sábado, 22 de maio de 2010

FALAÊ - Cláudio bate-papo com Andrea Amorim, a musa do Rock Lírico

Estando láááá no sul maravilha, Andrea Amorim deu uma entrevista super legal ao Cláudio Gonçalves, nosso parceiro do blog que anda fazendo um trabalho de pesquisa sobre nossos artistas interessante e elogiado. Eu já disse a ele, quando tiver uns 30 ou 40, junta tudo e lança um livro. Por aqui já passaram Gonzaga de Garanhuns, Antonio Vilela - o escritor do cangaço, Gerson Lima, Espedito Dias - artista plástico, Claudio Portugal - artesão e a dama Luzinette Laporte.
Hoje é a vez da Andrea Amorim, que se destacou em Garanhuns com sua voz desde a época da banda Eclipse Urbano, depois em carreira solo ganhou festivais e o carinho de todos. Mas Garanhuns ficou pequeno para o crescimento de sua carreira e foi para São Paulo. Lá, com apoio de Roberto Menescal, um Midas da música nacional chegou ao Jô Soares e Garanhuns parou pra ver. Recife já inclui Andrea em qualquer relação de artistas pernambucanos. Mas o Cláudio conta muito mais pra gente. Vamos ao FALAÊ!
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Com mais de dez anos de carreira, cinco CD´s gravados, Cúmulo - 2006/ Amuleto - 2007/ Milagre – 2008/ Fragmentos - 2009/ Ao meio por inteiro - 2010), com todas as músicas de sua autoria. Vencedora em 2006 do Festival de Musica e Arte de Garanhuns, criadora do estilo pop rock lírico, sua marca registrada, o bate papo cultural do blog do Ronaldo César, teve a honra de uma entrevista exclusiva com a cantora e compositora Andrea Amorim, garanhuense, uma da revelações da música nacional, e mesmo com shows marcados em São Paulo, presenteou os fãs com essa exclusiva que você não pode perder. obrigado Andrea, uma estrela fora e em cima do palco.
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1) A maioria dos grandes cantores tem uma história de luta para alcançar o reconhecimento do seu trabalho. Como foi essa caminhada de Andrea Amorim?

Minha caminhada foi, como quase todas as outras, ladeada por muitas dificuldades, dúvidas e insegurança. Mas por outro lado, subsidiada por sonhos, força de vontade e obstinação. Passei por momentos muito difíceis, nos quais pensei seriamente em desistir. Muitas pessoas me discriminavam e não me davam nenhum valor; outras me davam valor, mas não acreditavam em mim; outras ainda (algumas poucas) acreditavam, mas não colocavam tanta fé. Eu tive que escolher entre o medo de lutar e o desejo de vencer. O segundo foi maior. Mesmo ainda enfrentando algumas dificuldades, eu não tenho mais como desistir, porque sei que muitos têm talento, mas, da mesma forma, muitos desistem no meio do caminho. Não é uma trajetória fácil, mas lutarei até o fim, porque isso é minha vida: minha música é sinônimo de mim mesma.

2) No início da sua carreira você já tinha uma personalidade musical ou o estilo Pop Rock Lírico é justamente essa definição de um estilo?

No começo, eu não tinha esse estilo definido, até porque eu precisei de um bom tempo para amadurecer e criar minha identidade musical. Mas o vocal lírico já fazia parte da concepção em relação à minha forma de compor. Eu sempre gostei dessa forma de cantar e, aos poucos, fui me adequando a ela, mesmo com composições simples e fáceis de tocar. Aos poucos e naturalmente, fui recriando um estilo que ainda não existia no Brasil, e isso me deixa muito feliz.

3) Qual o momento mais marcante que você viveu até o momento em sua carreira?

Foram vários momentos que marcaram a minha carreira. Dentre eles, o primeiro show, no antigo Tulipas em Garanhuns, no dia 30 de outubro de 99 (dia do meu aniversário...rsrs); minha vitória no Festival de Música de Garanhuns, oportunidade em que larguei tudo e fui morar em Recife; quando conheci meu produtor Sávio Figueiredo, quando minha carreira tomou um novo rumo; minha participação no Estação Nordeste, programa elaborado pela Globo Nordeste; minha vinda para São Paulo; e minha aparição na Garagem do Faustão e minha ida ao Jô Soares, que foram com certeza, um divisor de águas na minha vida profissional.

4) Qual a avaliação que você faz de sua carreira do primeiro CD Cúmulo em 2006 até este último trabalho, Ao Meio Por Inteiro, CD lançado em 2010?

Nossa, muito diferente!!! No primeiro CD, eu não tinha identidade musical ainda, e eu usava vibrato indiscriminadamente...rsrsrs. Depois aprendi a educar mais a minha voz... (Embora, assim que eu puder, quero ter aulas de canto, para saber usar a minha voz da melhor forma possível e da maneira correta). Os outros CD´s – Amuleto, Milagre e Fragmentos, traduzem a busca do meu estilo. Junto com Marcos Cabral, que fez os arranjos desses primeiros CD´s, fui tentando encontrar a minha identidade. Nesse novo CD, o baixista João Sousa, que também é de Garanhuns, soube imprimir exatamente o estilo que eu pensava pra minha música, com arranjos em cima de orquestrações. Considero, portanto, o CD Ao meio por inteiro, o disco que mais traduz minha música, devido ao meu amadurecimento profissional, mas acima de tudo, pessoal.

5) Fale pra gente sobre esse último CD Ao Meio Por Inteiro que ficará pronto neste mês e que teve a participação de dois grandes nomes da MPB Roberto Menescal e Nil Bernardes. Quais as novidades que os seus fãs podem esperar nesse novo trabalho?

O CD Ao meio por inteiro é regado de um estilo direcionado e único. Nele, encontram-se músicas dos meus primeiros discos, só que com roupagem nova, de acordo com o estilo rock lírico propriamente dito. Nos arranjos, uso de orquestrações, o que fez com que as músicas se tornassem mais ricas, menos cansativas e mais interessantes.

6) Hoje a cantora Andrea Amorim já é uma das grandes revelações da MPB, pela originalidade e performance na interpretação de suas musicas, talento reconhecido nacionalmente. A carreira já caminha para turnês internacionais?

Ainda falta muito para que eu seja uma revelação e não me considero como tal. O que eu pretendo e estou lutando é para ser reconhecida e que, cada vez mais, pessoas conheçam o meu trabalho. Em relação às turnês internacionais, ainda não existe nada concreto, porém existem as tentativas e as possibilidades. É também um dos meus sonhos.

7) Andrea Amorim cantora, mas também compositora, sendo todas as musicas do CD Ao Meio Por Inteiro, compostas por você. Você deve constamente receber músicas de outros compositores, como é interpretar uma música de outro artista?

Eu prefiro cantar música minha, porque dessa forma, eu passo aquilo que nasceu de mim e isso se torna mais fácil. Quando a música é de outra pessoa, eu tenho que primeiro decodificá-la, para depois adotá-la. Mas se a música tem a ver comigo, isso é meio que automático.

8) Quando você descobriu esse talento para compor?

Quando eu tinha 13 anos, eu compus minha primeira música. Mas não tinha noção nem pretensão de me auto-intitular como compositora, devido à minha maneira simples de fazer música. Minha intenção sempre foi deixar minha impressão nesse mundo.

9) Se você fosse regravar uma música qual seria?

Balada do Louco, de Rita Lee, ou O mio babbino caro, de Puccini.

10) Em sua entrevista com Jô Soares você se mostrou muito a vontade e recebeu vários elogios do apresentador, como você pode descrever esse encontro?

Eu não estava à vontade não. Eu estava era morrendo de nervosismo. Eu estava com medo de gaguejar, de fazer feio, de não saber falar...Foram muitas noites sem dormir...rsrsrs. Ser entrevistada pela primeira vez, e em rede nacional por Jô Soares, não é fácil. Queria ter falado muitas coisas na entrevista, mas passou como um segundo. Queria que as pessoas tivessem conhecido mais o meu interior, e até acho que meu nervosismo me atrapalhou. Mas, independente disso, foi um passo valioso e significativo na minha vida. Hoje eu digo que depois do Jô Soares, posso enfrentar qualquer um...rsrsrs.

11) Você já participou de nove edições do Festival de Inverno pode estar surgindo a 10ª participação este ano?

É o que eu mais quero. Já falei com Gabriela Valença e com Ronaldo César. Estou ansiosa pra voltar a Garanhuns e poder cantar na minha terra, afinal eu posso cantar em inúmeros lugares, mas a minha “casa” sempre vai ser o melhor do mundo.

12) Andréa Amorim naqueles momentos de descanso dos seus shows gosta de curtir que tipo de musica?

Eu adoro música erudita. Costumo escutar Maria Callas.

13) Em suas entrevistas é notório o seu amor por Garanhuns, pois sempre você está destacando as belezas e a cultura da cidade. Essa é uma forma de matar a saudade e divulgar os nossos talentos?

Em Garanhuns, vivi os anos mais importantes da minha vida. Devo a muitas pessoas de Garanhuns a força para enfrentar essa batalha. Desde as que torcem e vibram com as minhas conquistas (a maioria, graças a Deus), até as que desejam que tudo dê errado pra mim. A verdade é que eu amo Garanhuns e por onde eu for, levarei o seu nome.

14) Deixe uma mensagem final para os seus fãs que te admiram e acompanham a sua carreira?

Somente tenho a agradecer a todas as pessoas que me acompanham e que torcem por mim. Essa vibração é o que mais me impulsiona e me fortalece. Sentir-me feliz é o que mais me interessa hoje em dia, e isso eu consegui!!! Obrigada pelo carinho, pela confiança e pela força de sempre! Prometo que farei sempre o possível para aprender e tentar me aprimorar cada vez mais, para que o meu trabalho seja cada vez mais um pouco melhor e para que eu me torne também uma pessoa melhor. Desejo que vocês sonhem muito, mas que sempre estejam perto de Deus, pois sem Ele, não somos nada.
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Agora comigo: Andrea sabe que tem nosso apoio e carinho. E é bom saber que será sempre recíproco! É uma abnegada em defender nossa cidade!
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RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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