segunda-feira, 14 de março de 2011

A morte de Arlindo Gonçalves

Já de idade avançada e portador de Alzheimer, Arlindo Gonçalves faleceu na semana passada. Descobri a fotografia de Tio Arlindo nas paredes da prefeitura das Correntes, e conversando com Bethânia Pedrosa, profunda conhecedora e historiadora da região, principalmente daquela terra, soube que ele foi presidente da Câmara de Vereadores e depois, substituindo o titular que viajara, foi prefeito por um período daquela simpática cidade.

Arlindo Gonçalves é meu tio-avô, de família tradicional, que se espalhou pela região, hoje temos parentes por todo canto. Em Lagoa do Ouro, terra do patriarca da minha família, meu avô João Gonçalves e seu pai, comerciante José Gonçalves, que também teve participação ativa na política daquela região, ainda reside minha tia Lala e seu esposo Antonio de Joca, entre outros parentes.

Em Bom Conselho temos tio Chiquinho Gonçalves, outros, como tio Zito, Coronel reformado da Polícia Militar, foi desde cedo para a capital, vivendo hoje em Paulista. Tia Loura, já faleceu, deixando uma enorme saudade. Assim como tio Erasmo Cumarú, casado com tia Nelma.

Meu avô trouxe a família para Garanhuns, e aqui nasceram muitos de seus filhos e a grande maioria dos netos, como eu, o mais velho. Hoje a quantidade é incontável. Já tem seus bisnetos e, tomara Deus permita, conheça seus tataranetos. Minha vó, Deus levou há uns anos, e era afável como toda vó. Perdi também minha tia Ana Lúcia em 1979, era a mais jovem das filhas de Vô João. Essa tragédia viria a se repetir na minha família.

Contei essa história porque há uns dois meses, ao olhar meu tio em Correntes, um filme da história da minha família, muitos sem contato, passou frente aos meus olhos. Uma família por parte de minha mãe, Gelva, filha de João Gonçalves, que trabalha por Garanhuns. Expedito Dias, meu tio, artista-plástico. Cláudio Lima, filho de tia Cléa, professor e escritor do livro sobre a Hecatombe. Perdi, em um acidente, minha irmã caçula quando esta ia completar 20 anos, era a princesa da ARRASTA-PÉ. Tenho outros 3 irmãos. Tias, tenho 7, por parte de mãe. E tios, considero todos. Zequinha eletricista. Obede serralheiro. Paulo de Jú. Sou sobrinho da Genilza e da Genilda.

Lembram da música de Chico Buarque quando ele registra seus ascendentes? Vou por aí.

O meu pai eletricista
Meu avô era feirante, caminhoneiro
Minha mãe é professora

Meu pai sofreu um AVC há uns anos. Ficou com sequelas.

Soube que Marcos, filho de tio Arlindo, é médico em Recife. Quero deixar aqui expresso o pesar da família. Lembro de tio Arlindo forte, mas não pude conviver muito com ele. Espero que saibam que todos, principalmente esses primeiros, como tio Arlindo, tio Chiquinho, tia Lala, tia Loura (Laura), tio Zito e meu avô, foram muito importantes para o crescimento desta família unida e de tantos serviços prestados à região.

Fica o exemplo de trabalhar sempre, pois existe uma construção muito maior baseada no respeito ao próximo, honestidade, equilíbrio e base familiar.

Tenho quase 20 anos de casado, dois filhos maravilhosos, um deles na faculdade e outro no ensino médio.

Acho que gosto pela política está no sangue, e foi bom saber que tio Arlindo tem essa história de dedicação ao povo das Correntes, assim como meu bisa em Lagoa do Ouro e meu avô, brigão por Arraes, Marcos Freire, Cristina Tavares, e tantos outros.

Desculpem-me se fugi do perfil do blog, mas a emoção foi tomando conta das letras.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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