Ele chegava, todos os órgãos de imprensa corriam pra ele, falava com todos com a paciência e a vontade de quem não conversa com repórteres de rádio, televisão, jornais, blogs... Conversava com amigos.
Era Dominguinhos!
Já vi um mundo de artistas que não são nem serão Dominguinhos, e que não pisam no chão. Não falam com a imprensa nem com ninguém, fazem um monte de pedidos estafúrdios e se isolam de todos.
Com Dominguinhos, não!
Ele chegava, e atendia todos aqueles que quisessem conversar. Conversar mesmo. Perguntava pela cidade e pelos amigos. Ficava caminhando, atendendo um e outro que tivesse chegado depois e parecia só se dirigir ao seu camarim quando o cansaço batia ou sentia que já havia atendido a todos. Não raras vezes, ele mesmo puxava assunto.
Era Dominguinhos. Uma história irretocável, um artista na melhor expressão da palavra. Sabia que sua origem e sua música eram populares, e era gente daquela gente, não teria o direito da vaidade NEM DA SOBERBA.
O homem que nasceu simples, morreu deixando este belo exemplo de como passar pela vida fazendo-se notar pelo que é, pelo que representa, e não pelo que tem ou pela autoridade.
Era Dominguinhos!
Foi homenageado no Festival de Inverno onde se apresentou algumas vezes, e parece que escolheu o evento para morrer durante a sua realização. A sua cidade está cheia, turistas de várias cidades do Nordeste. Em um ano que ainda tem Elba Ramalho e Fagner, além de outros forrozeiros como Maciel Melo e Santanna, que cantaram com ele.
Parece que foi proposital. Na UTI praticamente por oito meses, mas foi em pleno Festival, querendo dizer ao seu povo que a festa não pode parar, o forró tem que continuar! A praça estará mais triste, e o momento pede esta grande homenagem com música. Sua música.
Aliás, é dele a canção SANFONA SENTIDA, que hoje faz parceria com o sucesso de Gonzaga composta por João Silva, com quem Seu Domingos dividiu o palco em Exu. CHORA SANFONINHA, CHORA, CHORA!