segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Eduardo está isolando PT e PTB regionalmente


Um olho lá e o outro cá, é assim que está o governador Eduardo Campos quanto às sucessões nacional e estadual. Enquanto cresce nas pesquisas para a cadeira de Dilma, faz pessoalmente algumas articulações para sua própria sucessão, quando pretende apresentar e eleger alguém de dentro do seu partido, o PSB. 

Já foi publicado que Eduardo Campos pretende visitar os 180 municípios pernambucanos antes de entregar o bastão, isto mostra a força de sua presença. Em cada localidade conhece as pessoas, as ruas, sabe entrar e sair. Isto o diferencia. É por isto que na maioria das cidades tem o apoio do prefeito e dos grupos de oposição, dificultando muito para quem quiser se articular com os grupos mais fortes.

E dentro do grupo aliado, tem dois destinos claros que se abalam com esta movimentação: Armando Monteiro e o PT, pois estreitam as possibilidades de conquistas de apoios regionais.

Armando é candidato. Pode ser de Eduardo, pode ser de Dilma e pode ser de si mesmo, pois montou um projeto sólido independente, mas sabe que o caminho facilitaria se tivesse Lula ou Eduardo pedindo votos para ele. Armando tem apoios fortes e incontestes, tem prefeitos em importantes cidades, como Garanhuns e Arcoverde, mas não tem a onipresença de Eduardo, e isto é relevante. 

Quanto ao PT, claramente o time da estrela vermelha precisa de um palanque forte para colocar Dilma na campanha presidencial, e sem a prefeitura do Recife e grandes municípios no interior, fica mais difícil peitar Eduardo na campanha. Resta aguardar que os prefeitos das legendas aliadas em plano federal entrem na campanha presidencial, mesmo contraditando Eduardo. O que é muito difícil. Além disso, em Pernambuco existe o PTSB, o partido dos trabalhadores que está dentro do governo estadual, até com secretarias, como é o caso dos transportes com Isaltino Nascimento. Este PT não quer saber de romper, ao contrário daquele liderado por Humberto e João Paulo, que entendem estar sendo prejudicial para o partido. O grupo de João da Costa também é próximo ao PSB.

Em suas andanças pelo estado, Eduardo está anunciando milhões em novos investimentos, em todos os lugares, e no mesmo palanque tem unido adversários, como fez em Lajedo com Rossine e Antônio João Dourado.

Em Garanhuns, pode chamar as principais lideranças dos partidos aliados, deixando isolado o PTB de Izaías e Armando. Curiosamente, a presença de Eduardo foi muito positiva para Izaías no Festival de Inverno, que esteve ao seu lado em diversas agendas. Mais até do que com Armando, melhorando muito a imagem da administração municipal, que vive um novo momento e com potencial de crescer, já que tem vários projetos prontos para começar a executar com o dinheiro em caixa, mas vinha sendo criticado.

Esta articulação socialista local tem sido feita por três lideranças regionais: Paulo Lins (gestor da GRE-AM), Eudson Catão (ex-presidente da CODEAM) e Sandoval Cadengue (ex-prefeito de Brejão e provável candidato a deputado, em dobradinha com o filho do governador, João Campos). O trio tem feito a ponte entre a região e o governo, inclusive a articulação política que leva ao nome de Tadeu Alencar como provável escolhido do governador para sua sucessão.

Isolando PT e PTB, restará a alternativa destes se unirem, como aliás, já acontece em Garanhuns.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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