O novo disciplinamento do comércio informal no centro da cidade, entre outras medidas que começam a ser implementadas pela prefeitura de Garanhuns, estão causando grande desgaste para a administração. Enquanto parte da população apoia, aqueles que passarão pelos processos de mudanças estão reclamando. Foi o que já aconteceu com os comerciantes do PopShop e do Mercado 18 de Agosto. Com o projeto praticamente pronto, ficou nítida a certeza de que os comerciantes não participaram de nada, ou seja, não foram ouvidos e nem estavam informados. Foram pegos de surpresa, só podiam reclamar mesmo.
Esta mesma sensação temos agora com as medidas desta semana, que estão assustando os comerciantes informais, além de outras resoluções que buscam dar uma nova cara à Av. Santo Antônio, como a retirada das poluições visual e sonora, liberação das calçadas tirando barracas, placas e peças das lojas que invadem o passeio público, entre outras coisas.
Mas as medidas têm sido na base da surpresa, sem preparar nem esclarecer a população adequadamente, buscando alternativas que não causem prejuízos, principalmente para as pessoas mais simples que tiram da movimentação urbana os sustentos de suas famílias. Um panfleto foi distribuído na sexta e a fiscalização começou na segunda. A imprensa só foi informada depois de tudo acontecendo.
Nesta terça-feira, um grupo, de quase 50 ambulantes do centro da cidade, procurou o vereador Sivaldo Albino em busca de apoio. A foto registra que o opositor tem se transformado na válvula de escape para os que criticam a atuação da atual administração.
No texto que o vereador colocou no facebook, uma indagação ganha repercussão. Como pode um prefeito que diz se orgulhar de ter começado sua vida profissional em um fiteiro, trabalhando informalmente no centro da cidade, não ter a sensibilidade de trabalhar esta situação?
Creio que todos são a favor do disciplinamento, e ele deve ser para todos. Se é para beneficiar o espaço para os pedestres, tirando os comerciantes pobres, tem que tirar os ricos também. E os ambulantes devem receber o tratamento que merecem para que não percam o sustento de suas famílias.
