quarta-feira, 27 de agosto de 2014

DEBATE DA BAND: O que eu achei!



Como em um campeonato de futebol, muitas pessoas assistem a um debate entre postulantes a um cargo como se fosse seu time jogando contra o adversário. Esta torcida, muitas vezes, acaba distorcendo a real análise do correligionário, que canta vitória mesmo quando o seu time vai mal.

Neste campeonato não tem somente os grandes clubes, tem os times pequenos também, representados nesta eleição pelos candidatos a Presidente da República que não têm chances de se eleger, mas têm o direito de expressar seus projetos e ideias para o país. Infelizmente acabam ocupando um espaço de quem de fato disputa o cargo, e nós precisávamos ouví-los mais, em momentos assim. Mas a bem do processo democrático, precisamos oferecer espaços a todos.

Nesta terça-feira tivemos o primeiro grande debate entre os presidenciáveis, e estavam lá os grandes times, como Dilma, Marina e Aécio, mas também os times menores, com quatro postulantes: Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL), Pastor Everaldo (PSC) e Levy Fidelix (PRTB).

Gostei do debate.

Os grandes deixaram claro suas diferenças, buscando mostrar o melhor que têm a oferecer. Aécio criticou bastante Dilma e defendeu o governo de Fernando Henrique. Dilma, claro, mostrou muitos números e resultados dos seus principais programas, como Pronatec e Mais Médicos. Marina se mostrou, várias vezes, como a terceira via em defesa da nova política, criticando a polarização entre o PSDB e o PT.

Creio que os três se saíram bem, e portanto não houve um vencedor aos olhos de todos, principalmente do eleitor indeciso. Melhor para Marina e Dilma.

Explico:

Dilma era a única defensora do governo, por ser candidata à reeleição, em um debate com seis candidatos de oposição que criticaram por quase três horas as ações do governo. Então ela teria muito a perder com a exposição crítica em TV aberta. No entanto, Dilma não foi mal, e deve permanecer nos mesmos patamares.

Mas foi bom também para Marina. A ex-senadora que pegou o bonde andando com a morte prematura de Eduardo Campos, apareceu na pesquisa Ibope, divulgada algumas horas do debate, batendo Aécio no primeiro turno e Dilma no segundo . Então, como disse, Fidélix, em uma de suas perguntas, Marina seria "bombardeada". Não foi. Bem articulada, a ex-senadora também saiu ilesa, e o debate não deve atrapalhar seus futuros números nas pesquisas. Muitos acham que seu crescimento se deve à comoção pela morte de Eduardo. Em nível nacional, não creio. Marina traz o recall de 2010 e entra no eleitorado de quem não quer Dilma ou Aécio.

Aécio foi bem, mas precisaria que suas adversárias titubeassem, o que não aconteceu. Com o aparecimento de Marina, a opção contra Dilma passou a ser a ex-senadora, e Aécio precisa recuperar este espaço, urgentemente.

Pela situação atual, não creio que o debate acabe influenciando as intenções de votos. Vamos ver, pois esta semana sai mais pesquisa. O Datafolha está nas ruas e deve divulgar na sexta-feira. 

Quanto aos times menores, gostei de Eduardo Jorge e Luciana Genro. Lembrou-me o antigo PT quando não era governo. Mas sobre isto a gente fala depois. Posso até colocar Marina também nesta lista.

O Pastor Everaldo conseguiu ser pior que o Levy Fidelix. Sem conteúdo, o pastor se vale somente de sua condição religiosa para buscar votos.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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