A presidente Dilma Roussef recebeu William Bonner e Patrícia Poeta no Palácio da Alvorada para a entrevista ao Jornal Nacional.
Em pouco mais de quinze minutos, os jornalistas focaram nos escândalos de corrupção, com William tentando forçar a presidente a reconhecer a incompetência do governo em tratar do tema, principalmente nos quadros do PT. O mensalão também foi lembrado, sem citar a expressão. Bonner chamou de corruptos os membros da cúpula do partido que foram condenados pela mais alta corte do país e cumprem penas. Dilma desconversou, e disse que não comentaria a decisão do Supremo. William queria saber como ela e o partido ainda defendiam os condenados. No início da entrevista, o jornalista citou uma série de casos de corrupção em alguns ministérios. Dilma registrou que seu governo e do presidente Lula, foram os que mais criaram mecanismos de combate à corrupção, oferecendo condições à Procuradoria Geral da República e ao Ministério Público de investigar os desvios de conduta de seus auxiliares.
A verdade é que a entrevista foi atropelada. As perguntas, por vezes muito compridas, não deixavam muito tempo para as respostas, que também fugiam do cerne da questão. Patrícia falou da situação da saúde no país, e Dilma fez um histórico do programa Mais Médicos. Patrícia tentou replicar, mas o tempo passava rápido e Bonner puxou de novo a conversa.
O terceiro tema tocado foi a economia. William questionou a situação e o fato da presidente repassar a responsabilidade do baixo desempenho para a crise mundial. Provavelmente aí Dilma teve seu melhor momento, lembrando que não houve demissões e sem aumentar impostos "pelo contrário, diminuímos" - disse a Presidente. Mas as respostas eram sempre muito truncadas, ora pela dificuldade em elaborar uma resposta concisa, ora pelas sucessivas entradas dos jornalistas, que não se mostravam satisfeitos com as respostas.
Acho que o formato escolhido de pressionar os entrevistados por quinze minutos acabou por impedir respostas mais precisas, limitando a temas polêmicos de cada um. As entrevistas poderiam deixar os candidatos mais à vontade, mesmo tocando nestes mesmos temas polêmicos. No Jornal Nacional, principalmente nesta entrevista de Dilma, não houve uma "conversa". Os apresentadores tentaram focar nos temas mais polêmicos do governo e do PT, e a presidente tergiversou a maior parte do tempo, não tocando diretamente no tema perguntado.
A impressão que vai ficar é que estamos ruim de candidatos, todos eles com sérios problemas e sem qualidades para assumir o principal posto da nação.