O PT pernambucano vem nas últimas eleições sofrendo baques surpreendentes. Podemos dizer que a briga entre João Paulo e João da Costa deu início a uma série de situações que culminou na perda quase que total da eleição no estado em 2014.Reflexo ainda de 2012. Salvou-se a campanha de Dilma, que acabou vitoriosa e ajudou a "esquecer" um pouco o fracasso local. Nenhum deputado a federal se elegeu, nem mesmo quem disputava a reeleição como Fernando Ferro e Pedro Eugênio. Mozart Sales era tratado como o pai do programa Mais Médicos, e muitos achavam que uma vaga era dele. Não deu. João da Costa deveria sair eleito do Recife. Nada.
João Paulo perdeu mais uma, agora para o senado. Lembrem que na fatídica eleição na capital, o ex-prefeito aceitou ser o candidato a vice na candidatura equivocada de Humberto Costa, que terminou em terceiro, atrás de Geraldo Julio e do surpreendente Daniel Coelho.
Na Assembleia Legislativa o partido perdeu 50%. Caiu de seis na atual legislatura para apenas três na próxima, com Teresa Leitão, Odacir Amorim e Manoel dos Santos. Só.
Então. De quem é a culpa? Por que isto aconteceu?
Trata-se de uma série de fatores, alguns até alheios ao partido, como a morte de Eduardo Campos, que gerou uma comoção e uma onda que ajudou na eleição também dos candidatos proporcionais da Frente Popular.
As lideranças petistas estaduais, que não fizeram a leitura conjuntural, e talvez até desse para lançar candidato próprio, com a cara do PT, para ajudar a eleger os candidatos a deputado. Para muita gente, não deu liga os representantes dos trabalhadores estarem no mesmo santinho com Armando Monteiro. O PT acabpu apoiando um candidato do PTB, que em nível nacional, não apoiou Dilma.
A primeira medida em busca de correção de rumos deve ser defenestrar lideranças infiéis. Gente com a estrela vermelha na lapela pedindo votos para adversários políticos. Aliás esta eleição foi um festival de infidelidade partidária. Esculhambou total. Não quer seguir a orientação do partido, o caminho é sair mesmo! A hora de divergir é nas instâncias internas. Coisa feia fez também gente do lado da Frente Popular, como Marília Arraes, que levou um problema conjuntural, pela falta de apoio à sua candidatura de deputada, a uma exposição desnecessária da família Arraes.
Mas só expulsar umas dezenas de filiados não vai resolver se o PT não fizer uma profunda reflexão, renovar os quadros de verdade, as lideranças, redemocratizar o partido e voltar a dialogar com a sociedade, não somente com as entidades representativas, em sua grande maioria dominada pelo próprio partido, mas com a sociedade, que deu uma resposta dura no estado. Repito, o PT não terá representação pernambucana em Brasília, e não tem força política suficiente para indicar um ministro para Dilma.
Tomara que os infieis não sirvam apenas de bode expiatório.
Tomara que os infieis não sirvam apenas de bode expiatório.