sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Os cinco caminhos que podem antecipar o fim do Governo Dilma

O rebaixamento da nota do Brasil, em nível internacional, é mais um viés negativo na economia que vai levar a recessão. O país agora é visto como mau pagador, portanto, pode haver saída de investimentos estrangeiros e elevar ainda mais os juros no Brasil. Não dá mais pra culpar uma crise mundial se só o Brasil engata ré. A soma de manchetes ruins vão desestabilizando o governo Dilma, que pode ter um fim antes de 2018. 

Caso a presidente não supere o seu inferno astral, não chega no final do mandato, e quem disse isso foi o próprio Vice-Presidente da República, Michel Temer.

Em várias instâncias, o governo batalha para se manter legítimo e estável, mas é justamente na legislação que estão os maiores óbices.

Os desgastes de relacionamentos, políticos, econômicos, falta de liderança, investigações, e projeto plausível para tirar o país desta situação podem, cada um para um lado, fazer o Governo Dilma acabar antes do final do mandato.

Cinco caminhos constitucionais que podem antecipar um fim melancólico.

1. Impeachment direto no Congresso Nacional. 

Tem 17 pedidos de impeachment na gaveta de Eduardo Cunha, que está doidinho para botar para votar. Basta um. O mais provável é que seja o apresentado por Hélio Bicudo, fundador do PT e ex-vice-prefeito de São Paulo pelo partido. 
PTB, DEM, PSDB, PPS, PSC e parte do PMDB articulam pela aprovação. O governo não tem maioria na Câmara dos Deputados, e é lá que é feita a votação. Caminha pra isso, a menos que uma nova articulação política consiga barrar o avanço do processo, com a renovação da base de apoio no Congresso Nacional.

2. Improbidade e afastamento devido às Pedaladas Fiscais no TCU

O TCU também caminha para rejeitar as contas do Governo Dilma, devido às chamadas pedaladas fiscais. Trata-se da manobra que o governo usou para maquiar a prestação de contas, contabilizando irregularmente repasses a bancos estatais, principalmente a CAIXA. Entre outras coisas. Embora o Governo venha conseguindo cada vez mais prazo para se explicar, vai ficando sem saída. A rejeição das contas é argumento para impeachment. 

3. Rejeição das contas de campanha pelo TSE

O Tribunal Superior Eleitoral, por iniciativa do Ministro Gilmar Mendes, reabriu a investigação de doações ilegais à campanha de Dilma, inclusive com propinas da Petrobras. A rejeição pode anular a eleição. A campanha de Aécio também foi citada nas delações, mas foi Dilma quem venceu as eleições, por isto, pode perder o cargo se restar comprovada a irregularidade. Novas eleições seriam convocadas. O trâmite do processo parou porque uma Ministra do Tribunal, antiga advogada do PT, pediu vistas. O julgamento pode impugnar a chapa Dilma-Temer. A maioria dos ministros julgou pela continuidade do processo.

4. Operação Lava-Jato

A investigação de desvios da Petrobras recebeu autorização para investigar dois dos ministros mais próximos de Dilma, Aloízio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicações). A investigação já pegou graúdos de partidos governistas, inclusive o tesoureiro da campanha do PT. Zé Dirceu está preso. A continuar, pode, mais cedo ou mais tarde, estar batendo na porta da presidente.
Mercadante está para ser afastado por Dilma a qualquer instante, com dois objetivos. Tirar a Lava-Jato de perto dela, e oxigenar o governo com um novo nome forte.

5. Renúncia

Segundo os grandes portais de comunicação do país, a presidente Dilma Rousseff chegou a escrever uma carta de renúncia há pouco mais de um mês, mas resolveu enfrentar a crise, aconselhada também por Lula. Ambos iniciaram uma agenda positiva, principalmente em estados com governadores aliados, como o Maranhão de Flávio Dino. Com tanta bronca estourando de todo lado, não se descarta que ela volte a pensar no assunto. A pressão tem sido grande. 

É claro que Dilma pode dar a volta por cima, mas precisaria criar um novo cenário econômico e político, e no momento, não é isto que se desenha.

Infelizmente, Dilma perdeu a confiança e está sem condições de propor novas agendas econômica e política para o país. A presidente está literalmente na mão de Michel Temer, Renan Calheiros e parte do PMDB. O PT perdeu um poder absoluto que detinha nos últimos 12 anos.

Cada vez mais há quem defenda a renúncia para a formação de um Governo de Coalizão.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

Direitos do Autor

Copyright 2014 – RONALDO CESAR CARVALHO – Para a reprodução de artigos originais assinados pelo autor deste blog em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso,é exigida a exibição do link da postagem original ou do blog.