Devemos enaltecer as ações exitosas dos órgãos públicos, com a mesma ênfase com que os criticamos, por vezes, por suas atividades mal sucedidas. Os jornais dão notícia de uma pronta atividade do PROCON de Pernambuco, interferindo no comportamento abusivo praticado pelos bancos em nosso Estado, ao manter fechadas suas agências assaltadas em prejuízo das atividades econômicas e da comodidade da sua população.
Lembrei-me, a propósito, de que em junho de 2015, quando correu a notícia de que o Banco do Brasil – Agência do Recife estaria vendendo dólares falsos, publiquei um texto em que dizia:
“Banco do Brasil vende dólares falsos. Pai e filha estão retidos nos Estados Unidos após tentarem depositar em agência americana dinheiro comprado no banco”
Como é mesmo? O Banco oficial de um país civilizado vendendo dinheiro falso? O nosso Banco do Brasil S/A, instituição bancária respeitável e secular, aceitando dinheiro falso e servindo de mula para falsários? Operação somente desmascarada nos Estados Unidos (que vergonha!) mediante a intervenção do FBI que meteu algemas no infeliz casal portador e apreendeu o dinheiro falso. O vexame exigiu a intervenção diplomática da Embaixada Brasileira.
Dias depois, com a divulgação da existência de 6 (seis) casos já constatados na agência do Banco do Brasil em Recife de dólares falsos recebidos e passados adiante (?) é que, APÓS SER AUTUADO PELO PROCON-PERNAMBUCO de acordo com a legislação de Defesa do Consumidor, surgiu uma nota da agência do Recife, suspendendo as operações de câmbio com a moeda norte-americana por 30 dias, que revela um primor de desavisada ingenuidade e um desvio ostensivo do verdadeiro foco da questão.
Comecemos pela origem da nota que, em se tratando de questão grave e de repercussão internacional, deveria ser iniciativa da Direção Geral do BB e não de uma simples Superintendência Regional. Confessa, ainda, que tomou a providência de “suspender o serviço de câmbio em todas as agências do Estado por 30 dias” o que quer dizer: a providência não foi iniciativa própria e SOMENTE FOI TOMADA ATENDENDO À AUTUAÇÃO DO PROCON-PERNAMBUCO que tem jurisdição e competência restrita apenas a este Estado. Vamos pelo menos falar com um mínimo de sinceridade. Não fosse a atuação vigilante das autoridades estaduais, através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, seguramente continuaria a enxurrada de moeda falsa circulando em seus escaninhos, sem qualquer providência.”
Já se vê, portanto, que a providência adotada agora pelo PROCON de PERNAMBUCO no que diz respeito às multas aplicadas pelo fechamento de algumas agências de bancos no Interior (mais precisamente Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú, e Santander) tem total procedência e não deve ser encarada com indiferença, uma vez que – conforme ocorreu com o episódio da venda de dólares falsos pelo Banco do Brasil – não fosse a sua previdente atuação, e o Imprevidente Banco teria continuado, impunemente e sem pudor, a distribuição de dólares falsos em todo o Brasil.
O Sistema Bancário Brasileiro, público e privado, desfruta dos maiores lucros já auferidos por qualquer atividade econômica do país e, sem quaisquer satisfações à população e às instituições como se vivessem em outras galáxias, simplesmente desativam suas agências no interior do Estado deixando seus clientes ao desamparo e a circulação econômico-financeiro de todo interior desativado.
Tudo sob a cavilosa alegação da insegurança provocada pelas explosões e dos saques às suas agências. Imaginem se todas as atividades produtivas de qualquer natureza no país resolvessem encerrar suas atividades sob o mesmo pretexto..
Claro, que o Poder Público tem responsabilidades com a segurança pública da população de modo geral e não de forma seletiva, mas a atividade bancária tem lucros, recursos, estrutura e condições capazes de prover a sua própria segurança e, na sua inarredável condição de prestadores de serviços públicos, não podem eximir-se dessa obrigação!
Cobrar obrigações do Poder Público para garantir um sistema de segurança privado e assegurar o funcionamento de todas as agências Bancárias do País: É PURA CHANTAGEM QUE O SISTEMA BANCÁRIO ESTÁ PRATICANDO AO FUGIR DE SUAS RESPONSABILIDADES SOCIAIS E ECONÔMICAS, E FORÇAR O PODER PÚBLICO A SUBSTITUÍ-LO NA SUA PRÓPRIA SEGURANÇA.
Servem mal, cobram os juros mais escorchantes do Mundo, conquistam lucros fantásticos que envergonhariam o mais irredutível agiota e ainda querem posar de “coitadinhos indefesos”
Aplausos para o PROCON-Pernambuco por sua pronta e oportuna atuação para mostrar (como mostrou ao Banco do Brasil no caso da venda de dinheiro falso) que temos um órgão vigilante na defesa da população de Pernambuco. De forma lamentável, não temos como dizer o mesmo em relação aos outros Estados, ao Banco Central do Brasil e, muito menos, ao Governo Federal.