Acabou a 27ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns, e neste momento a sensação é a mesma de todos os anos, de vazio, (de ressaca), de tristeza porque acabou e de saudade dos tantos eventos, polos, pessoas, coisas, artes, cortejos, tribos... que passaram por nossas vidas durante estes 10 dias. É uma experiência tão mágica, única, de integração e cultura, que não dá para descrever!
Os realizadores do grande evento continuam apostando na descentralização, e este ano muito mais, com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, ampliação de polos, nomes conceituados em cada área... Assim, pudemos ter Sérgio Mamberti, Renato Borghetti, Marina Lima, Yamandú Costa, Som na Rural, Sá Grama, Edson Cordeiro... E muitos outros, não necessariamente na Praça Mestre Dominguinhos.
E na Praça, se não foi a maior programação de todos os tempos, como sempre esperamos a cada ano, cumpriu à risca o que se espera de uma boa programação, bons shows, gente nova que pode estourar no showbizz nacional, artistas com mídia nas TV´s e nomes consagrados da história da Música Popular Brasileira. Uma programação que em nove dias ofereceu, de graça, Zeca Pagodinho, MPB4, Mart´nália, Lucy Alves, Chico César, Fernanda Abreu, Fafá, Baby, BaianaSystem, Geraldo Azevedo, entre tantos outros, e ainda shows impactantes como foram Zé Ricardo e Mariene de Castro, maravilhosos, sem contar ainda os tributos a Belchior e os 70 Anos da Asa Branca de Luiz Gonzaga, que contou com Waldonys e Chambinho (que fez Luiz Gonzaga no cinema), entre outros.
O público compareceu bem em todos os polos, e a discussão apareceu na Praça Mestre Dominguinhos no sábado de Baby do Brasil e principalmente na madrugada de segunda-feira, quando MPB4 deu um showzaço para pouco público. Infelizmente também, a política e o desejo que algo desse errado prejudicou a divulgação do evento, que finalizou com bom público e a vontade que o próximo chegue logo, como sempre. Na maioria das vezes, só reclama quem não entende a pluralidade do evento, e quer artistas populares na praça. E até concordo que faltaram artistas rotulados de brega e românticos este ano. Mas não foi a tragédia que tentaram alarmar. Se fosse dar nota: entre 7 e 8, ou seja, passando pela média, em um momento de crise que todos estão acompanhando.
Em uma avaliação geral, tivemos um bom Festival, pois o caixa do estado não permite aquele investimento do passado, os tempos são outros, e ainda assim, Garanhuns recebe mais que outros grandes eventos consolidados no estado, e dentro da possibilidade do governo, quando tantos estados não conseguem nem pagar salários e fornecedores, em Pernambuco ainda se investe em cultura. E com recursos próprios, ainda se valoriza a cultura de verdade que esteve presente em Garanhuns em todas as suas linguagens!
Um grande Festival, que precisa ser analisado em vários pontos, para melhorar, corrigir falhas, para continuar grandioso, como sempre foi!
Que chegue 2018!