As reiteradas tentativas de abalar a confiança no sistema eleitoral brasileiro conduzidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seguem um "manual" similar ao adotado pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump, no qual alegações de fraudes em votações são repetidas de forma contínua e suspeitas são levantadas mesmo em caso de vitória.
Ao pedir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a suspensão de pagamentos, por plataformas digitais, para canais que espalham mentiras sobre as eleições no Brasil, a Polícia Federal afirmou que a rede de apoiadores de Bolsonaro usa a mesma estratégia de comunicação adotada por Trump em 2016.
Segundo a PF, trata-se da criação de canais, especialmente nas redes sociais, para simular comunicação direta com o eleitorado, enquanto se promove "ataque aos veículos tradicionais de difusão de informação (jornais, rádio, TV etc.)", diz o documento revelado pela Folha e ao qual o UOL também teve acesso.
O relatório policial também afirma que "esta rede pretende (...) diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira."
O documento também afirma que o "modelo de difusão de notícias falsas" inclui a disseminação de conteúdo de forma "rápida, contínua e repetitiva" para gerar "familiaridade com a informação e, consequentemente, sua aceitação", assim como a falta de "compromisso com a verdade" e "com a consistência do discurso ao longo do tempo".