segunda-feira, 18 de abril de 2011

Maria Bethânia grava grande sucesso de Augusto Calheiros




Em entrevista que consta dos extras do DVD "Brasileirinho", Maria Bethânia disse que certa vez, durante a escolha do repertório do álbum de mesmo nome, pediu a Chico César que ele fizesse letra e música para uma belíssima lenda indígena que ela ouvira quando menina e que a deixara encantada.

Após ouvir a estória da boca de Bethânia, Chico César afirmou que já existia uma canção muito antiga falando sobre tal lenda. Uma canção belíssima e que deveria fazer parte do repertório do CD. E que não faria uma música nova, porque tal canção era insubstituível.

Ele não lembrava nem a letra, nem a melodia. A única pista é que ele ouvira tal canção durante uma seresta no sertão baiano. Depois de mais de um mês de muita pesquisa, sem sucesso, resolveram desistir e a canção quase ficou de fora de "Brasileirinho".

Foi então que Bethânia, em visita a Santo Amaro da Purificação, sua terra natal, comentou o assunto com sua mãe, Dona Canô. E não é que ela sabia a letra e a música? Composição datada de 1945 de René Bittencourt(1917-1979), carioca de Paquetá e que foi sucesso no mesmo ano na voz de Augusto Calheiros(1891-1956), cantor alagoano apelidado de "A patativa do Norte", pela sua voz afinadíssima e estilo peculiar de cantar, que o tornariam um dos cantores mais originais do seu tempo.

Senhor da Floresta

Composição: René Bittencourt / Gravação original: Augusto Calheiros

Senhor da floresta,
Um índio guerreiro da raça tupi
Vivia pescando, sentado na margem do rio chuí.
Seus olhos rasgados, no entanto,
Fitavam ao longe uma taba
Na qual habitava a filha formosa de um morubixaba.

Um dia encontraram Senhor da floresta no rio chuí
Crivado de flechas, de longe atiradas por outro tupi
E a filha formosa do morubixaba
Quando anoiteceu, correu,
Subindo a montanha, no fundo do abismo desapareceu.

Naquele momento, alguém viu no espaço, à luz do luar
Senhor da floresta de braços abertos, risonho a falar:
- Ó virgem guerreira, ó virgem mais pura que a luz da manhã,
remos agora unir nossas almas aos pés de tupã.
.
Agora comigo: Este texto acima foi extraído do blog
http://www.contemploraneo.blogspot.com/

A história deste post é a seguinte: Procurei no youtube sobre Augusto Calheiros e encontrei vários vídeos sobre o alagoano que se transformou pernambucano e apaixonado por Garanhuns, tanto que aqui escolheu ser sepultado, sendo um dos túmulos mais conhecidos do Cemitério São Miguel. Dentre os vídeos apareceu este de Maria Bethânia com o mesmo título de um dos maiores sucessos de Calheiros, o Senhor da Floresta.

Vi o vídeo e descobri a beleza da música, depois comparei com o original e descobrimos o quanto a Patativa do Norte foi famoso e querido em sua época.
Depois pensei em colocar a letra da canção aqui, junto com os vídeos, aí apareceu este blog com esta história sobre a procura de Bethânia por esta lenda e esta música. Tudo a ver. A história, a lenda, Bethânia, Chico César, Dona Canô, etc. Não poderíamos imaginar melhor roteiro para esta música de Renê Bittencourt para a maravilhosa voz de Augusto Calheiros.

A gravação de Bethânia foi no DVD Brasileirinho, de 2009. Acredito que poucos cantores ou cantoras do brasil façam hoje o trabalho de pesquisa da cantora baiana.

Augusto Calheiros, cantor e compositor, nasceu em Maceió, AL, no dia 5/6/1891 e morreu no Rio de Janeiro no dia 11/1/1956, sendo transferido, a seu pedido, para ser enterrado em sua querida Garanhuns.

Trarei depois a Biografia do ídolo brasileiro.

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