quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Izaías, Dominguinhos e o novo enterro do Mestre.


Passado o entusiamo pelo novo enterro de Dominguinhos, vamos tecer novas considerações.

No artigo "Ninguém fica indiferente a Izaías", falei de seu estilo informal e sua relação artística com Dominguinhos. No texto, relatei que diante da paixão pelo artista demonstrada pelo prefeito, ele poderia ter trazido Dominguinhos para alguns dos vários eventos produzidos por ele na região, a grande maioria na época junina, em municípios que conseguiu verbas e chegou a indicar artistas. Realmente não lembrei de ter visto o sanfoneiro nas festas de Izaías.


O Jeferson Júnior me recorda que Dominguinhos veio na Oktoberfest no ano de 1994, quando Izaias era presidente da ACIG e o evento foi realizado pela entidade. Outro momento do Dominguinhos, foi uma visita ao Centro de Artes em 2005, quando ele passou uma tarde inteira com Izaías e os músicos que estudavam na escola. Segundo Jeferson, dois momentos muito saudosos. 

Diante da explicação de Jeferson, com estes dois momentos, e diante da adoração demonstrada por Izaías percebemos que ele poderia ter feito mais, muito mais. Show mesmo, só em 1994? Há quase 20 anos? 

Até o final de 2012, Dominguinhos estava ativo, fazendo shows, apresentou-se no Festival de Inverno e tive o privilégio de assistir as suas duas últimas apresentações em Exu. 

Mas isto não invalida a forma como atuou para trazer o corpo do conterrâneo para Garanhuns, que foi elogiada e reconhecida pela população. Ouve excessos, mas não só dele, de muita gente que quis a exposição.

E Izaías tem agora outro papel, talvez muito mais importante, de eternizar a memória do Mestre Dominguinhos, com um belo Memorial ou até, como sugerimos, um Complexo Cultural.

Por falar nisto, quanto ao mausoléu, quero agradecer algumas sugestões terem sido ouvidas, e enaltecer uma pessoa que trabalha quieto e tem uma importância fundamental na administração: André Vagalume. É aquele tipo de cara que é pra tudo, e dá conta! Ele foi um dos responsáveis por cuidar do mausoléu de Dominguinhos, e no dia deu tudo certo.

Quase tudo. Teve artista, inclusive gente famosa, que saiu triste com a organização do palco. Gente que veio de longe, trouxe sua sanfona e não teve espaço para fazer sua homenagem a Dominguinhos. O palco ficou superlotado, e sem coordenação. Foi bom, mas foi de bolo. Muita gente que não precisaria estar ali, e faltou aproveitar melhor os artistas de Garanhuns e os amigos de Dominguinhos, nomes já conhecidos da música regional, que acabaram por não participar da festa.

Ah! Lembrei outra coisa.

No dia do novo enterro de Dominguinhos, deparei-me com uma pequena falha no mausoléu: Falta o nome de José Domingos de Moraes, o seu nome de batismo. Tem apenas lá DOMINGUINHOS, anos de nascimento e morte. Mas Dominguinhos não é de 1941, o artista nasceu já quase adulto, rebatizado por Luiz Gonzaga. E o artista não morre!

Quem está lá é José Domingos de Moraes, que deu sua própria vida para Dominguinhos. E por respeito a sua história e à família, precisa ser mencionado. Falei com algumas pessoas, inclusive secretários, que afirmaram que o nome de José Domingos de Moraes estaria numa placa sobre a lápide. Não está! Na placa contém o registro do esforço da prefeitura e do prefeito para trazer o corpo do Mestre para Garanhuns.

Com certeza um lapso, que pode ser reparado, somente colocando o nome do filho de Chicão e Mariinha, pois geralmente, os túmulos têm os nomes das pessoas enterradas, mesmo que façam menção à sua importância artística.

Dominguinhos vive!

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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