Aconteceu no final do ano passado a sanção do projeto do Sistema Municipal de Cultura de Caruaru. Enquanto isso, Garanhuns que também tem sua lei municipal aprovada já há alguns anos, que poderia estar na vanguarda dos acontecimentos culturais no estado, não avança na instalação de um real sistema de Cultura, com o funcionamento de um conselho e o fundo municipal, efetivando políticas públicas para o setor.
Há muito tempo os artistas não têm incentivo na produção. Mesmo com as mudanças, na prática, não mudou muita coisa, e em alguns casos tivemos retrocessos, sem a participação dos artistas. Alguns bons projetos do governo anterior não tiveram continuidade, e não se tem um gerenciamento por segmentos, como é feito no estado pela Fundarpe. A gestão da cultura nos últimos anos em Garanhuns tem vivido em função dos eventos. Não mudou na nova gestão.
Por isto a grande perda acontece na produção, ou na falta dela. Não existem meios de incentivo, por isso o ano de 2013 não deixou CD´s, DVD´s, livros, peças de teatro, exposições, que tenham sido gerados com o apoio municipal, de uma forma direta, através de um sistema apoiado em uma lei que valorize os projetos dos artistas locais, com a participação deles. 2014 vai no mesmo caminho.
Até mesmo as contratações têm beneficiado um grupo resumido de artistas, que têm se repetido nos eventos.
Até mesmo as contratações têm beneficiado um grupo resumido de artistas, que têm se repetido nos eventos.
Garanhuns é multicultural, do jazz ao pé-de-serra, da literatura erudita à popular. Fotografia, artes plásticas, dança, dramaturgia... Precisamos impactar a produção, consolidando nossa identidade, a cara da cidade que vem da arte. E isto não é somente palco, é produção.
No Cabo de Santo Agostinho foi montado um estúdio para que os músicos pudessem gravar, sem custos. Em Bezerros e Belo Jardim têm espaço de exposições permanentes. O Côco identifica Arcoverde, e Garanhuns não tem sequer um espaço destinado ao reisado. Daqui a pouco outro município investe no produto cultural e Garanhuns perde o que tem de natural.
No Cabo de Santo Agostinho foi montado um estúdio para que os músicos pudessem gravar, sem custos. Em Bezerros e Belo Jardim têm espaço de exposições permanentes. O Côco identifica Arcoverde, e Garanhuns não tem sequer um espaço destinado ao reisado. Daqui a pouco outro município investe no produto cultural e Garanhuns perde o que tem de natural.
Em uma cidade do porte de Garanhuns, os artistas precisam de um Sistema funcionando, que tenham um conselho, um fundo municipal (como é o Funcultura estadual), para não ficarem dependentes, nem precisarem mendigar.
Estamos perdendo tempo e algo que o tempo não devolve, a construção diária de uma cidade além de seus prédios. E isto advém da cultura. O que fica para o futuro, depois que desmonta o palco e desligam-se as luzes. Garanhuns não tem nem seu museu do Festival de Inverno, e nem tem pensado nisso efetivamente.
É também a produção que possibilita a visibilidade, que oferece oportunidades ao artista de mostrar seu trabalho além daquele público momentâneo. É o livro, é a mostra, é o produto. Muitos dos artistas não têm condições de bancar seu próprio trabalho, mas ele é importante no aspecto imaterial, e precisa de investimento, por isto é a obrigação da gestão, pois um governo não é eleito para cuidar somente do patrimônio de pedra e cal, tem a história de sua gente, a memória que nos chega e a que vamos deixar para o futuro, através do que é produzido.
Estamos perdendo artistas e produções em todas as linguagens culturais. É só comparar com o que tínhamos há alguns anos atrás.
Estamos perdendo artistas e produções em todas as linguagens culturais. É só comparar com o que tínhamos há alguns anos atrás.