O atual presidente do PSB nacional, Roberto Amaral, que assumiu o posto com a morte de Eduardo Campos, imaginando que não seria reeleito em dezembro, na convenção do partido, tomou a decisão de antecipar as eleições para esta segunda-feira (29), em plena campanha para governadores e até para a presidência, onde a sigla disputa acirradamente com a candidatura de Marina Silva. Com esta decisão, desarticulou qualquer possibilidade de que pudesse ser lançado um outro nome contrário a sua recondução. Não haveria tempo hábil para a criação de uma chapa de oposição.
A antecipação de Roberto pegou muito mal, e o PSB se viu num debate de bastidores, com a repreensão cada vez maior ao presidente, partindo principalmente do candidato a vice-presidente, Beto Albuquerque e do PSB de Pernambuco, que tem 25% dos votos na Convenção Nacional, e por isto sempre esteve no comando desde Miguel Arraes, passando depois para Eduardo Campos. Amaral foi vice de ambos.
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Partiu de Pernambuco, do Diretório Estadual, e principalmente de Renata Campos, o pedido para que a Executiva Nacional adiasse a eleição interna para o dia 13 de outubro, portanto, o primeiro turno das eleições já terá passado, e o partido toma fôlego para buscar a unidade,
E parece que ela já começa a acontecer. O prefeito de Recife, Geraldo Júlio, que poderia concorrer contra Roberto Amaral, pode ser a indicação a vice, ficando no cargo pelos próximos três anos, e depois conduzido naturalmente à presidência, em 2017, já estando no cargo na próxima eleição para Presidência da República. Assim, Pernambuco voltaria a comandar o partido.
Se o processo foi conduzido de bastidores pela viúva Renata Campos, ela demonstra ter visão estratégica e olhar para o futuro, como fazia o ex-governador Eduardo Campos, que parecia enxergar mais de uma década na frente, e não somente a cada ciclo eleitoral.
Foi pelo pedido direto de Renata que a eleição do PSB não acontece nesta segunda-feira, e o nome de Geraldo Júlio saiu de dentro da casa mais socialista do estado. Enquanto os filhos, principalmente João, herdaram o fervor das ruas, do discurso e da presença popular, Renata Campos demonstra ter a habilidade da líder em resolver os entraves políticos, que Eduardo fazia como poucos, conseguindo unir adversários e ampliar suas bases.