A despedida do líder das lutas populares, Manoel Santos, começa hoje e vai até amanhã, com cerimônias religiosas, cortejos e homenagens vindas de todo o estado, e representações de várias regiões do país.
O corpo do deputado estadual está sendo trazido de São Paulo e a expectativa é que chegue, por volta das 13h, ao Aeroporto Internacional Gilberto Freire. Às 14h30, o corpo deverá ser acolhido por representantes do Movimento Sindical Rural, vindos de vários cantos do estado e do País, e de outros movimentos e organizações, na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), na Rua Gervásio Pires, 876, Boa Vista, Recife.
Às 16h30, o corpo será conduzindo em um cortejo à Assembleia Legislativa, onde ocorrerá o velório, ao longo de toda a noite. Amanhã (21), às 9h, haverá uma Celebração na Assembleia Legislativa, seguida da saída do corpo para o Cemitério Morada da Paz (em Paulista), para o início da cerimônia de cremação.
Um segundo momento de homenagens será realizado no município de Serra Talhada. Quando vivo, Mané de Serra, como era carinhosamente chamado entre os companheiros de luta, declarou o seu desejo de ter suas cinzas depositadas em sua terra natal. Essa cerimônia ainda não tem data prevista.
Manoel Santos faleceu na manhã de ontem (19), aos 63 anos, no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo vítima de complicações, decorrentes de um câncer no esôfago, que combatia, desde 2014. Ele deixa esposa e quatro filhos.
Negro, agricultor familiar, sertanejo, natural de Serra Talhada, com uma trajetória de quase 45 anos de luta no Movimento Sindical Rural, espaço onde atuou como presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra Talhada, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e da Confederação Nacional da Agricultura Familiar (Contag). Foi um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT em Pernambuco.
Manoel Santos deixa a sua marca na história política do estado, ao se tornar o primeiro agricultor familiar a conquistar um assento na Alepe. Ao longo do exercício do mandato, fez questão de reafirmar essa identidade.
Defensor histórico das pautas dos homens e mulheres do campo, ele soube colocar seu mandato também a serviço das causas dos trabalhadores e das trabalhadoras da cidade. Durante toda a sua vida, contribuiu, de maneira significativa, com as lutas dos agricultores familiares, dos assalariados rurais, das populações do Semiárido e da Zona da Mata, dos atingidos por barragens, das comunidades quilombolas, indígenas e das periferias urbanas.