Com uma vitória em casa sobre a seleção mais badalada do momento e afastando um fantasma do Maracanã por 3 a 0, o Brasil ganhou mais que a Copa das Confederações. Com o título deste domingo, a seleção voltou a se ver e a ser de fato uma das favoritas para a Copa do Mundo de 2014, que jogará em casa.
A conquista diante dos espanhóis marca uma reversão de expectativa. Há pouco mais de seis meses, Luiz Felipe Scolari assumiu a seleção, sob desconfiança nele e no time.
O último trabalho do técnico era a passagem conturbada pelo Palmeiras, que caiu para a segunda divisão após sua saída. Já o Brasil sofria com idas e vindas de tentativas frustradas de renovação e apostas em jogadores experientes com Mano Menezes.
Com pouco mais vinte sessões de treinamentos e dez jogos, Felipão armou uma equipe, definiu titulares e criou um bom ambiente na seleção. Entre tantos acertos para a sua conta, um deles é a "gestão" do astro Neymar.
Scolari cobrou um craque mais operário, marcando mais a saída de bola dos adversários. Ao mesmo tempo, o defendeu em público sempre. "Ele é craque", repetiu como um mantra em quase todas as perguntas que eram feitas sobre o atacante. O retorno veio em campo com gols decisivos.
Ter Felipão como "escudo" não foi uma exclusividade do camisa 10. O técnico repetiu uma linha semelhante à adotada na Copa de 2002. Defendeu jogadores, fez discursos nacionalistas e chamou a torcida para perto da seleção.
A cada vitória na Copa das Confederações, o apoio do público ganhava tanto ou mais destaque que os avanços da equipe dentro de campo. "Está lindo, muito bonito. É assim que tem que ser", repetiu mais de uma vez sobre o Hino Nacional cantado pelo público além da versão permitida pela Fifa (Federação Internacional de Futebol).