ARTIGO: Falta de segurança em Garanhuns. De quem é a culpa? - Por José Maria Braz

ENXUGANDO GELO
Por José Maria Braz Silva

Talvez, eu disse talvez, afinal tudo se entrelaça, exista uma dose de tudo isso, mas, fundamentalmente, é na análise das nossas leis que está a raiz do problema. 

Como exemplo, e somente no Brasil é que se vê esse tipo de coisa, em maio de 2011, a presidente Dilma sancionou a Lei 12.403. Essa lei ficou conhecida como Lei da Impunidade. Crimes como porte de arma, furto, formação de quadrilha, receptação e tantos outros, o meliante paga uma fiançazinha e sai para cometer um outro. Vejam: ele é pego com uma arma, paga um salário mínimo, e de volta às ruas. Até parece que esse sujeito com essa mesma arma não pode comete um homicídio ou matar para roubar. E daí, que se dane a vítima, não é isso? 

No Brasil o bandido quase não é punido, e ainda vêm “estudiosos” que levam à mesa presidencial coisa dessa natureza. A meu ver, é pura defecação cerebral. 

Há quem diga que como o sistema prisional anda falido, a solução é não mandar mais ninguém, e ainda soltar alguns. O bom seria então que cada político que aprovasse aberração dessa grandeza levasse para sua casa um desses bandidinhos e dele cuidasse, a ele desse um crédito, e não o cidadão comum. Outro exemplo de frouxidão das nossas leis: essa lei de trânsito. Quanta imoralidade. O sujeito bebe e sai matando, e prisão que é bom, nada. Conheço um caso de um brasileiro que ao volante, estando embriagado, matou um americano. Resultado: vinte e cinco anos de cadeia. Claro, o crime foi nos Estados Unidos. Aqui ele mata, sai matando e a culpa é do imprudente que aparece diante dele. 

Ante o quadro, meus amigos, o que somente sobra para as polícias civil e militar, tão criticadas, é enxugar gelo. Charles de Gaulle (acho que foi ele) dizia que o Brasil não é um país sério. No assunto em foco, ele tem absoluta razão. Alguém discorda? Ah, e é “sui generis”, óbvio. 

José Maria Braz é Comissário de Polícia.