A fogueira tá queimando em homenagem a São João.......
Olha pro céu meu amor, vê como ele tá lindo.......
Petrolina Juazeiro, Juazeiro Petrolina.......
Eu só quero um amor, que acabe o meu sofrer.....
Xote, xaxado, baião, FORRÓ PÉ DE SERRA, Samba de côco, Reisado, Banda de pífanos, quadrilhas, fogueira, ruas enfeitadas....
O São João está chegando e a saudade tomou conta do meu coração. Saudade da minha infância na fazenda de seu Júlio onde reunidos em torno de uma fogueira a festa era cheia de fogos, confraternização e músicas de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jorge de Altinho e Genival Lacerda. As ruas eram enfeitadas por nós moradores e tudo era uma festa linda de amigos e família.
Passados alguns anos, me pego lembrando do tempo em que a tradição da quadrilha se aprendia nas escolas, que anualmente faziam suas festas com músicas que nos traziam valores e ensinavam a nossa tradição. Me peguei lembrando até da fogueira que fazíamos na minha rua e de como eu adorava ver Marcondes Bezerra Teté inventando formas de soltar fogos para os seus filhos Irlla Oliveira, Igor Henrique e Ítalo César César e de tabela para nós. O São João era uma festa tão família que as famílias se misturavam.
Os tempos mudaram e a tradição vem se perdendo. Sempre que me deparo com as programações do são joão pelo Brasil a fora em cidades como Campina Grande e Caruaru que lutam pelo primeiro lugar em realização da festa e até na minha Arcoverde, percebo triste como os nossos artistas tradicionais vem perdendo espaço.
As prefeituras pagam sem pestanejar 500 mil a atrações sertanejas de sucesso (nada contra as mesmas), mas não querem pagar 25 mil por um artista pernambucano. Nas programações , se opta por atrações que segundo patrocinadores arrastam multidões, mas se fecha as portas para o que atrai os turistas que é o nosso pé de serra, o nosso xote , o nosso coco... É uma luta desigual que acontece a nível de mídia e de estrutura e muitas vezes, vejo artistas e poetas, cansados e desanimados com o que vivem diariamente para manter viva a nossa raiz nordestina.
Em um estado onde se tem Petrúcio Amorim, Santanna O Cantador, Nádia Maia, Irah Caldeira, Jorge de Altinho, Flávio José, FLÁVIO LEANDRO, Banda Som da Terra, Geraldinho Lins, Marronbrasileiro Brasileiro, Ronaldo Cesar, Benil, Os Pariceiros com George Silva, Maciel Melo, Paulinho Leite, Azulão Caruaru, Wagner Carvalho, Coco Irmãs Lopes I, Coco Trupé Arcoverde e Coco Raízes de Arcoverde, Clayton Barros, Emerson Calado, Roberto Cruz, Andrezza Formiga, Rogério Rangel, Quinteto Violado, Assisão, Cristina Amaral, Genaro, Beto Hortis, Luciano Magno, Josildo De Sá Cruz, Nando Cordel e tantos outros, eu admito não entender como se troca a nossa riqueza, por letras como:
Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum...
Lepo Lepo .....
Sou sem vergonha mesmo......
Respeito o gosto de todos e estilo musical, mas ....... acho que poderíamos ter mais equilíbrio.
Amannda Oliveira - Arcoverde
Blogueira e Ativista Cultural
AGORA COMIGO: É isto aí!
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