O Festival de Inverno de Garanhuns encerra sua 24º edição – com homenagem a Ivo Tinô do Amaral – consagrando o conceito de ser um encontro de todas as linguagens da cultura. As ações de música, artes cênicas (teatro, dança e circo), audiovisual, artesanato, artes visuais, cultura popular, design e moda, fotografia, literatura, patrimônio, pontos de cultura, povos tradicionais, além dos projetos especiais, se espalharam por quatorze polos de atrações. Além de terem seu próprio espaço de ações, as linguagens no FIG comungaram entre si fortalecendo a política cultural. Esta grande mostra da produção cultural nacional está representada em 128 atrações musicais, 103 de cultura popular, 48 de cênicas, 41 de literatura, 47 exposições e intervenções, 39 sessões de audiovisual e 45 cursos, palestras, debates e workshops, contabilizando 451 ações culturais.
“Os números mostram o que já vínhamos destacando. Apesar da vitrine dos grandes palcos, onde atrações regionais, nacionais e até internacionais se apresentam, o FIG é um festival de todas as cenas. Deixa um legado muito importante para a economia da cultura, promovendo uma grande circulação de artistas, formando plateias, capacitando os diversos segmentos culturais e levando arte, conhecimento, cultura e entretenimento de qualidade a públicos que, muitas vezes, não teriam outra oportunidade de assistir a determinadas atrações”, avalia o secretário de Cultura de Pernambuco Marcelo Canuto. Cerca de 3 mil artistas circularam pelo FIG nos dez dias de atividades.
O público do FIG foi contabilizado considerando a circulação das pessoas por todos os polos. Os palcos Pop, Forró e Instrumental registraram uma média de 34 mil pessoas nos cinco dias de shows. No Palco Dominguinhos, os registros dão conta de um público médio de 40 mil pessoas por dia, contabilizando 400 mil pessoas. O número aumenta quando consideramos o Palco da Cultura Popular, e o público que circulou pela Casa Galeria Galpão, Praça da Palavra, Teatro Luiz Souto, Cinema Eldorado, Circo, Pavilhão do Artesanato, Espaço da Dança, Café em Pasárgada, Cultura Livre nas Feiras, Castainho, entre outros projetos especiais no FIG. Somando todo esse público, chega-se a 500 mil pessoas circulando por todos os espaços, nos dez dias do FIG.
“O sucesso do festival é resultado de uma tarefa que começa logo após o Carnaval e, durante a realização do evento, envolve cerca de 300 profissionais. Realizamos em torno de 20 licitações para contratação de toda infraestrutura, tais como palco, som, luz, geradores, banheiros químicos, pessoal, além da convocatória artística, que abre um espaço democrático e transparente para que artistas de todo país apresentem propostas artísticas para tocar no evento”, explica o presidente da Fundarpe Severino Pessoa.
A convocatória é o modelo pelo qual o FIG tornou-se um festival conhecido pela classe artística de todo país, e bastante concorrido, sobretudo pelos mais contemporâneos. De toda a grade de artes cênicas, pode-se afirmar que 95% das atrações foi formada por grupos que inscreveram seu projeto nos editais específicos de sua linguagem. Na música, 81% da grade também foi composta pela convocatória.
Vivenciar o FIG é ter que escolher, entre duas, três, ou mais atrações que se queira assistir, mas acontecem simultaneamente. As atrações são para todos os gostos e idades. Filas enormes formaram-se diariamente para a retirada de bilhetes de cinema, circo, dança e teatro. As oficinas de formação cultural tiveram mais de 90% de suas vagas preenchidas. O FIG ocupa Garanhuns de uma forma bela, rica e inesquecível.
Não caberia citar todos os destaques, mas há que se apontar momentos históricos: a última aula-espetáculo do saudoso mestre Ariano Suassuna; Soraya Ranvele em homenagem a Ivo Amaral; Du Moscovis encenando O Livro, fazendo homenagem a Ariano, e ainda recebendo na plateia deficientes visuais que assistiram ao espetáculo por audiodescrição; Geraldo Azevedo encontrando Elba Ramalho no mesmo palco; Otto e Nação Zumbi botando milhares para pular em plena segunda-feira; José Augusto fazendo coro com milhares de pessoas; o circo e o teatro lotados em todas as suas sessões. O FIG 2014 já deixou saudades.
Por meio de uma parceria institucional com a TV Pernambuco, o Festival de Inverno de Garanhuns chegou a ainda mais pessoas este ano. Até a última sexta-feira (25), os programas diários com a transmissão oficial – ao vivo – de shows do Palco Mestre Dominguinhos, exibição de entrevistas com artistas e reportagens sobre o festival obtiveram mais de 360 mil acessos.
Os programas da TV FIG/TV Pernambuco foram transmitidos pela internet, no novo portal da cultura pernambucana, o www.cultura.pe.gov.br, no site da TV Pernambuco e também no Portal da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
A parceria entre Secult-PE/Fundarpe e a TV Pernambuco resultou também na produção de vídeos sobre diversas ações do festival. Algumas dessas produções já estão disponíveis aos artistas e ao público em geral no portal Cultura.PE. Em breve, um documentário para televisão sobre o FIG será finalizado e exibido na TV Pernambuco e oferecido a outras emissoras públicas do país, como forma de promover o festival e, em especial, os nossos artistas.
O FIG PELOS ARTISTAS:
“São 24 edições eu fiz 22. É uma alegria muito grande estar no FIG, realmente o publico me recebe de maneiro muito carinhosa, é uma data muito marcante para mim. Meu público vem assistir até a passagem de som. Isso gratifica a gente, estou chegando a 54 anos de carreira e fico admirado de ser recebido assim como sou”.
Adilson Ramos
“Foi maravilhoso tocar aqui, pois temos um público de tudo quanto é lugar. Garanhuns, Recife, Olinda, Maceió, Natal, Arcoverde. Sei de gente até do Rio e de São Paulo aqui, então o festival é uma coisa nacional já. Acho incrível isso, fundamental essa coisa de ter vários palcos, multicultural. Foi no palco instrumental e vi o show de Guizado. Também teve Otto, Nação, grandes irmãos de geração, ainda bem que toquei antes e não corri o risco de perder a voz no show deles”.
B. Negão
“Pra gente é sempre muito bom tocar em Garanhuns, 24º edição, queremos que dure ainda mais. Um casting sempre variado, do estado, do Brasil, do exterior. Está de parabéns. Só temos a agradecer”.
Jorge Du Peixe
“Tocar em Garanhuns, no agreste, pra mim que sou de Belo Jardim, é especial. Numa noite de amigos da mesma geração, do batuque, do rock’n’roll. Sou uma pessoa muito ligada a este lugar, desde pequeno venho para Garanhuns. É uma cidade da minha fantasia infantil. Eu vim nos primeiros anos do FIG e a estrutura era menor; hoje vemos no que se transformou. Pernambuco é bom quando ele é forte”.
Otto
http://www.cultura.pe.gov.br/