Com a consolidação do crescimento da vantagem do candidato ao Palácio das Princesas Paulo Câmara (PSB-PE), a relação entre seus adversários Armando Monteiro (PTB) e João Paulo Lima (PT) não anda muito bem, segundo a colunista Mel Bleil Gallo, no blog Poder Online.
Diz a colunista que, nos bastidores, tanto apoiadores como adversários comentam que os dois aliados – candidatos a governador e a senador pela mesma coligação – têm se afastado nos últimos dias, por divergências na condução da campanha.
''Começou a pesar também o fato de que o crescimento do PSB começou a afetar o ex-prefeito João Paulo, até então favorito na disputa ao Senado, contra Fernando Bezerra Coelho. Atualmente, os dois aparecem com apenas 6% de diferença nas intenções de voto de acordo com pesquisa do Ibope divulgada na última terça-feira.''
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AGORA COMIGO: Perfis diferentes, este é e sempre será um problema para a união entre PT e PTB. Não é que um esteja certo e outro errado, é uma questão de formação de cada partido e condução política. O PT vem da classe trabalhadora, é um partido que busca o debate interno. O PTB, diferentemente, tem em Pernambuco, a representatividade das entidades patronais, principalmente indústria e comércio, portanto, uma forma diferente de ver o mundo. Dá pra unir? Talvez dê, mas alguns indícios mostram as dificuldades.
Este debate de luta de classes é secular, por vezes envelhecido, mas sempre volta à tona. Dilma usa sempre. Quando acusa Marina de estar com os banqueiros, é discurso classista.
Em alguns momento esta união até deu certo, mas em situações contrárias, quando José Alencar foi vice de Lula, por exemplo. O mineiro sabia da sua importância, mas não tinha participação direta no governo. Oferecia a estabilidade de sua presença aos olhos da economia do país. Michel Temer não representa a classe econômica como fazia Alencar, o vice-presidente é representante do PMDB, maior partido fisiologista do Brasil, e por isto dá sustentação ao governo petista no Congresso Nacional.
Em alguns momento esta união até deu certo, mas em situações contrárias, quando José Alencar foi vice de Lula, por exemplo. O mineiro sabia da sua importância, mas não tinha participação direta no governo. Oferecia a estabilidade de sua presença aos olhos da economia do país. Michel Temer não representa a classe econômica como fazia Alencar, o vice-presidente é representante do PMDB, maior partido fisiologista do Brasil, e por isto dá sustentação ao governo petista no Congresso Nacional.
A união em Pernambuco foi conjuntural. O PT depois da tragédia eleitoral no Recife ficou sem nomes consistentes para uma campanha estadual. Lembrem que Humberto ficou em terceiro lugar na campanha de prefeito, com João Paulo na vice. A campanha ainda detonou nomes como João da Costa e Maurício Rands.
A alternativa era unir com Armando Monteiro, que já tinha estrutura, dinheiro, apoios, pré-campanha e nome colocado em todo o estado, mas mesmo assim, o diretório estadual do PT sofreu resistência interna. O PT tem vocação para o protagonismo. Por isto, haverá naturalmente este embate de forças.
E acho que mesmo com as diferenças de momento, geradas pelos rompimentos eleitorais, o PT e o PSB ainda têm mais traços semelhantes entre si, que o PTB de Roberto Jefferson, em nível nacional (que aliás foi para o palanque de Aécio) e de Armando Monteiro, em Pernambuco.
Se o PT tivesse candidatura própria, a campanha ia pro segundo turno. Muita gente defendia isso. Teria Dilma e Lula em seu palanque. Caminhava para ser o próprio João Paulo.
Se o PT tivesse candidatura própria, a campanha ia pro segundo turno. Muita gente defendia isso. Teria Dilma e Lula em seu palanque. Caminhava para ser o próprio João Paulo.
O jornalista Cláudio Humberto publicou em sua coluna em vários jornais do país, no último sábado, que o PT nacional diminui o apoio a Armando Monteiro para não melindrar os eleitores de Eduardo Campos. É claro que a campanha mais importante para o PT é a de presidente, e num desafio com Marina no segundo turno, os petistas não vão querer enfrentar a ira dos socialistas, pelo contrário, querem e precisam de votos no berço do partido, Pernambuco.
Cláudio Humberto já havia afirmado também que o PT já dava como certa a derrota de Armando, e que o objetivo agora era tentar fazer João Paulo senador, já que ainda mantinha a frente contra Fernando Bezerra. Imagine notícias assim nos bastidores de uma campanha em curso.
Vejam que são vários olhares, de diferentes ângulos, de vários jornalistas, e que apontam o distanciamento do PT e o PTB em Pernambuco.