A professora Isabela Pajuçara e a secretária Michelle Domingos, foram assassinadas logo depois de reconhecerem os estupradores |
Na próxima quinta-feira (25), vai a júri popular, Eduardo dos Santos Pereira, acusado de ser o mentor do estupro coletivo contra mulheres em Queimadas (PB), em fevereiro de 2012. O acusado teria planejado e “oferecido” o estupro a seu irmão como presente de aniversário. Na ocasião, cinco mulheres foram estupradas por dez homens, entre eles dois menores de idade. A polícia ainda encontrou armas, cordas e fitas adesivas que serviram para amarrar as mulheres no local. Duas das vítimas, a professora Isabela Pajuçara e a secretária Michelle Domingos, foram assassinadas logo depois de reconhecerem os estupradores.
Ainda em 2012, seis dos autores foram condenados por estupro, cárcere privado e formação de quadrilha, a uma pena que, somada, chegaria a 186 anos de prisão. Já os adolescentes envolvidos iniciaram o cumprimento das respectivas medidas sócio-educativas. Eduardo dos Santos Pereira é o último réu a ser julgado. Ele também é acusado pela morte das vítimas assassinadas.
Em outro inquérito, a polícia também investiga a relação dos irmãos com o traficante Nem, preso por comandar o tráfico de drogas na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
De acordo com a Marcha Mundial das Mulheres, ainda verifica-se relatos constantes de violência combinada com silêncio e medo em Queimadas. Ainda hoje as famílias das vítimas são hostilizadas na cidade por pessoas ligadas aos autores do crime. Além disso, a Marcha denuncia que muitos buscam legitimar o crime, ao sugerir que as vítimas fossem prostitutas ou que mereceriam o acontecido por terem comparecido à suposta festa de aniversário num domingo à noite.
O coletivo promoverá nesta quinta (25) um protesto nas redes sociais. "Em memória das mulheres brutalmente assassinadas e em defesa da vida de todas nós, é importante que este crime não seja esquecido, e gritemos ao mundo que jamais permitiremos que a violência contra as mulheres seja naturalizada. Para isso, as mulheres pedem que todas e todos possam utilizar as redes sociais dizendo:
#SOMOSTODASMULHERESDEQUEIMADAS , #JUSTIÇAPARAASMULHERESDEQUEIMADAS", convoca em seu blog.
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