quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Câmara continua maltratando Dilma e aumenta repasse de FPM da União aos Municípios



Pois é. A conta vai ser grande. Passada a eleição, os deputados federais estão votando e aprovando projetos que atingem diretamente o governo Dilma. Os motivos para este motim branco são variáveis, mas os dois principais são a ressaca da eleição, principalmente aqueles que se acham traídos pelo próprio governo, como Henrique Eduardo Alves, e outros querem encarecer o passe para negociar o apoio a partir de 2015.

Na semana passada o estrago foi a rejeição do projeto enviado pelo executivo que criava os Conselhos Populares, que serviria para debater políticas públicas. Os deputados disseram que isto era prerrogativa do Congresso, e ainda a questão da proposta ter sido encampada na Venezuela de Hugo Chávez.

Nesta terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 426/2014, que aumenta o repasse da União para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A PEC aumenta o repasse atual, de 23,5%, para 24,5%. O texto foi aprovado, em primeiro turno, por 368 votos. De acordo com a proposta, o aumento será escalonado: 0,5% em julho de 2015 e 0,5% em julho de 2016. O texto ainda precisa ser votado em segundo turno.

Atualmente, a Constituição determina o repasse de 48% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), sendo 21,5% para o Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), 23,5% para o FPM e 3% para os programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com a mudança, a União deverá repassar 49%.

De acordo com o relator da PEC, deputado Danilo Forte (PMDB-CE), o custo estimado para a União repassar a mais, ao FPM, em 2015, será R$ 3,5 bilhões. O repasse deverá ser feito nos primeiros dez dias do mês de julho.

Alguns deputados chegaram a criticar o percentual de 1%. O líder do PSC, deputado André Moura (SE), chegou a defender um aumento de 2%, sob o argumento de que seria o aumento que os prefeitos queriam. Posição também defendida pelo líder do PV, deputado Sarney Filho (MA). “Vamos votar a favor da PEC, mas não nos sentimos satisfeitos com os efeitos dela. É apenas o começo [para o] que as prefeituras precisam, mas não é suficiente”, disse.

Em favor do aumento, o deputado Sibá Machado (PT-AC) disse que o governo atual não pode ser responsabilizado pela falta de recursos nos municípios. Ele chamou a atenção para o aumento do número dos municípios, na década de 90. “No ano de 1992, criou-se a farra do boi para criação dos municípios, com impacto no governo. Hoje, 50% do PIB [Produto Interno Bruto] é produzido por apenas 55 municípios”, disse.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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