Estivemos na Audiência Pública convocada pelo deputado estadual Álvaro Porto e pelo prefeito de Canhotinho, Felipe Porto (DEM), nesta quinta-feira, naquela cidade.
No geral, os mais cobrados foram o Governador Paulo Câmara, e o Secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, que não enviou representante. Coube aos prefeitos de Canhotinho e de São João as críticas mais contundentes.
Além de prefeitos (Marco Calado, de Angelim; Agnaldo Inácio, de Jurema; Rossine Blesmann, de Lajedo, e Genaldi Ferreira, de São João), a audiência contou com a presença do promotor de Justiça de Canhotinho, Romualdo França; do juiz do município, Marcus Vinícius; do primeiro-secretário do Sindicado dos Policiais Civis, Artur Pedro Barbosa e do delegado Helianthus Bezerra que representou a 18ª seccional de Garanhuns.
Ainda na mesa, estiveram o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, TEN CEL Ely Jobson, o diretor do Centro de Ressocialização do Agreste, Washington Gomes, vereadores e radialistas de programas policiais de Lajedo.
No texto enviado pela assessoria do Deputado Estadual, consta que no dia em que o balanço do Pacto Pela Vida apontou crescimento de 15,6% no número de homicídios no mês de julho em comparação com o mesmo mês de 2014 (40 a mais, de 257 para 297) em Pernambuco, foi divulgado que o índice triplicou no Agreste Meridional. Foram nove homicídios em julho de 2014, contra 27 em 2015, configurando um crescimento de 200%.
O prefeito de Canhotinho, Felipe Porto, resolveu decretar situação de emergência no município.
No primeiro semestre deste ano o total de homicídios chegou a 90 na região, contra 71 no mesmo período do ano passado. Ou seja 27% a mais. Mas, embora a situação esteja se agravando e a audiência pública tenha reunido prefeitos de cinco municípios e cerca de 1,5 mil pessoas, a Secretaria de Defesa Social não enviou representante a Canhotinho. A ausência foi destacada por Felipe Porto, que considerou a desatenção um desrespeito ao povo do Agreste.
Deputado estadual com bases na região, Álvaro Porto adiantou que tudo o que foi discutido e cobrado será transformado em documentado para ser entregue ao secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho. O abaixo-assinado dos que foram ao Clube Intermunicipal para debater a falta de segurança por cerca de três horas também será remetido ao governo.
"O governo será informado sobre o que ocorreu aqui. E vamos continuar denunciando e cobrando soluções. Estamos vivendo uma situação de descontrole que é agravada pela falta de estrutura das Polícias. É impossível uma viatura dispor de apenas R$ 500 de combustível por mês", disse o deputado.
As 20 cidades abrangidas pela 18ª seccional de Garanhuns, contam com apenas quatro delegados. O comandante do 9º Batalhão da PM de Garanhuns, coronel Ely Jobson, que esteve na reunião, informou que conta com apenas 546 homens, quando o número previsto para o destacamento é 731. Ou seja, uma defasagem de 185 policiais.
PM Conectada
O TEN CEL Ely Jobson apresentou como ferramenta de combate à criminalidade o projeto PM Conectada, que usará grupos do Wahtsapp gerenciados pela Polícia Militar para contato direto com a população, que poderá passar informações imediatas, ajudando na segurança.
O aplicativo deve ser implantado esta semana.
O prefeito Felipe Porto pediu reforço policial em homens e viaturas, principalmente no horário noturno, no qual têm acontecido furtos e roubos com mais frequência no município.
A questão do uso de motocicletas por parte dos bandidos foi amplamente debatida, e a proposta de deixar de exigir o uso do capacete foi apresentada pelo prefeito, que esperava contar com o apoio da justiça, nas pessoas do promotor e do juiz, além do comandante do 9º BPM, mas não deve ser autorizada devido infringir lei nacional de trânsito.
Outras ações foram debatidas, e um documento será apresentado ao Secretário de Defesa Social do estado.
