terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Centro de Ressocialização de Canhotinho integra 80 reeducandos na produção agropecuária

Plantações de hortaliças, batata-doce, macaxeira, banana; criação de gado, aves e peixes ornamentais, além da marcenaria e outras atividades, ocupam os detentos que cumprem o regime semi-aberto na Fazenda Nascimento, Canhotinho, a 30km de Garanhuns




O Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), vinculado à Secretaria Executiva de Ressocialização, localizado no município de Canhotinho, está ampliando as atividades de produção, agricultura, pecuária e marcenaria com reeducandos do regime aberto, após um período de seca na região. Todo o trabalho, realizado na Fazenda Nascimento, tem a parceria do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), órgão que supervisiona os reeducandos durante as atividades.

No local eles plantam hortaliças como: alface, couve, cenoura, beterraba, batata-doce, além de macaxeira e das frutas maracujá e banana . A criação de gado, porcos e ovelhas, aves e peixes artesanais, também ocupa os detentos que se identificam com as atividades. Ao todo 80 detentos colocam a mão na terra e cuidam dos animais com a supervisão de um profissional do IPA. 

Josenildo da Silva, 34, gosta de falar sobre o trabalho. “Eu me dou muito bem com essa atividade, pois gosto da terra, isso ocupa minha mente. Quando a gente faz as coisas com carinho se dedica mais”, explica. Para o secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues, o CRA valoriza o potencial dos reeducandos da melhor forma. "A região do CRA é propícia à agricultura e os reeducandos gostam de trabalhar com terra. Em todas as unidades prisionais é levado em consideração o potencial dos detentos e o que pode ser explorado naquela região", explicou Rodrigues. 

Na atividade de marcenaria eles produzem móveis rústicos, bancos para a igreja da unidade, brinquedos, artesanatos. “Faço esculturas em madeira, de preferência tucanos, e a cada dia vou me aprimorando mais. Já fiz curso de culinária e produção de queijo aqui no setor de produção, no entanto, me identifico mais com o artesanato”, ressalta Leandro Rafael da Silva, que trabalha no projeto “Pau que nasce torto vira arte”, também mantido na Fazenda Nascimento.

Pela ocupação, os reeducandos recebem 75% do salário mínimo e trabalham no horário das 7h30 às 11h e das 13h30 às 16h, com duas horas de almoço. Toda a produção de hortaliças e frutas vai para o consumo na unidade, e as peças de artesanato são vendidas na loja que a Seres mantém no Shopping Paço Alfândega e na Fenearte. De acordo com gerente da produção do CRA, Claudemir Cândido Rodrigues, com os serviços na fazenda os reeducandos têm um dia produtivo. “Eles se mantém com a mente ocupada”, afirma. 

Fotos: Divulgação/Seres

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