sexta-feira, 1 de junho de 2012

Curso de medicina: Deixemos as instituições atuarem.

Os estudantes de medicina de Garanhuns têm sido bastante contundentes no protesto quanto à falta de investimentos do estado no curso da UPE em nossa cidade. Conseguiram grande adesão nos meios sociais, até com certa polêmica por não aceitarem políticos, entretanto foram à Câmara de Vereadores e depois ao Ministério Público. Ou seja, conseguiram chamar a atenção e procuraram os órgãos corretos em busca de seus direitos. A audiência pública no Ministério Público contou com vários representantes da sociedade e principalmente o promotor Alexandre Bezerra, que é sempre muito atuante neste sentido.

Esta semana o governo do estado já tinha demonstrado a intenção de voltar a investir no curso, inclusive com a abertura do edital de contratação de professores e a construção do prédio que abrigará parte da infra-estrutura necessária para o andamento do curso.

Por isto, acho que está na hora dos estudantes reverem a sequência de protestos, pois pode prejudicar negociações futuras e até colocar em risco a continuidade do curso em nossa cidade. Nesta sexta-feira, os estudantes foram à capital, vestidos de palhaços e fizeram seu protesto em um evento com a presença do secretário Marcelino Granja, da Ciência e Tecnologia, que responde pela UPE, e que aliás, está em Garanhuns nesta noite.

O protesto de hoje está em todos os jornais e sites da capital, chamando a atenção mais uma vez para o problema. Será que depois de tudo que fizeram esta semana, era realmente necessário?

Não estamos dizendo que não devam protestar, se estão se sentindo prejudicados que falem mesmo. Mas como médicos que serão, já que aplicaram a dosagem, deveriam ter esperado os efeitos, antes de dar uma nova dose mais forte.

Cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém. Sempre teve muita gente interessada neste curso no interior do estado, e o exagero pode causar um impacto negativo no curso, talvez até pessoas interessadas nesta confusão estejam alimentando a revolta estudantil.

Já que as instituições foram chamadas ao processo, como a própria prefeitura, a Câmara de Vereadores, o deputado estadual Izaías Régis e o Ministério Público, creio que está na hora de deixarem as instituições atuarem e negociarem com o governo os investimentos cobrados pela classe estudantil, que já fez sua parte. Pois se achavam que estes órgãos não poderiam servir de ponte de suas reivindicações, então pra que incitá-los??

A preocupação aqui não é apenas com os investimentos, mas com a continuidade do curso, portanto com o grande investimento que aportará em Garanhuns, e não podemos colocar em risco.
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Continuo: Aos alunos, vocês estão certos no movimento. O que defendo só é uma nova análise da atual conjuntura, depois das manifestações desta semana. A exposição já atraiu os olhares da mídia da capital e dos órgãos responsáveis para o problema.

Fico com receio de vir uma liminar por aí proibindo a continuidade do curso, e Garanhuns perdendo este grande investimento de cunho social.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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