A situação da produção leiteira em Pernambuco foi tema de uma reunião especial na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, na terça-feira (05). O presidente do colegiado, Miguel Coelho (PSB), convidou representantes de sindicatos e do Governo do Estado para apresentar uma radiografia da crise que tem reduzido a produção de leite e afetado a renda de milhares de pequenos empreendedores, principalmente, no Agreste e Sertão.
Entre os principais dados apresentados na reunião chamaram a atenção a queda de produtividade e o nível de informalidade na bacia leiteira. Em quatro anos, a geração de leite caiu de 2,6 milhões de litros/dia para 1,8 milhão/dia. Em 2015, esse patamar deve se manter ou cair por conta do prolongamento da seca e da diminuição da taxa de natalidade do gado. Já a informalidade alcança atualmente cerca de 70% dessa produção.
O excesso de burocracia para regularização dos produtores e atuação de atravessadores no comércio com as indústrias foram outras reclamações dos representantes dos sindicatos. “Hoje tem produtor vendendo leite a R$ 0,50, enquanto um atravessador repassa por R$ 1,20. Isso tem prejudicado muito os produtores que já sofrem muito com os efeitos da seca nesses últimos anos”, explicou Saulo Malta, presidente do Sindicato de Produtores de Leite (Sinproleite).
Após a reunião, o deputado Miguel Coelho informou que a Comissão vai reunir os dados e propostas de melhoria para o setor para encaminhar ao Governo do Estado e outras instituições.